A temporada de cruzeiros 2022/2023 no Brasil, que ocorreu entre outubro de 2022 e abril de 2023, injetou R$ 5,1 bilhões na economia nacional e gerou 79.567 postos de trabalho diretos e indiretos, número 3,5 vezes maior que na temporada anterior.
Os dados fazem parte do estudo anual da Associação Internacional de Cruzeiros no Brasil (CLIA-Brasil) em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento foi divulgado no último dia 30 e avalia os impactos de cruzeiros marítimos no país.
Ao todo, a última temporada envolveu 802.758 turistas, número superado apenas pela temporada 2011/2012 da série histórica, que registrou 805.189 viajantes de cruzeiros. Em comparação, a temporada pré-pandemia (entre 2019 e 2020) teve mais de 469 mil turistas embarcados e a temporada 2021/2022 registrou queda, com pouco mais de 141 mil cruzeiristas.
Na temporada 2022/2023, o gasto médio por pessoa com a compra da passagem foi de R$ 5.073,51 e o tempo médio da viagem foi de 4,9 dias. A média de impacto econômico gerada nas cidades de escala foi de R$ 639,37 e de R$ 813,56 nas cidades de embarque e desembarque.
Durante o período foram registrados nove navios em operação na costa brasileira – a maior contagem de navios da série histórica foi na temporada 2010/2011, que registrou 20 embarcações.
Nordeste na mira dos viajantes – Segundo o estudo, 66,2% dos cruzeiristas declararam que o litoral Nordeste é o destino de preferência no Brasil. Entre os que apontaram interesse em cruzeiros no exterior, o Caribe e a Europa saíram na frente como preferência de viagem, com 41,8% e 36,8% de respostas, respectivamente.
Mais da metade dos turistas da última temporada (66,1%) realizaram a primeira viagem de navio. Entre os entrevistados, 98,9% viajaram acompanhados, em que filhos e parentes foram a maior parcela, com 51,9%. Cônjuge e amigos vêm em seguida.
Com relação ao gênero, 60,8% dos embarcados são mulheres e 39,2% são homens.
Temporada 2023/2024 – Para a próxima temporada, que se inicia em 25 de outubro de 2023 e segue até 7 de maio de 2024, também estão previstos nove navios pela costa brasileira.
A CLIA prevê ainda que o novo período supere a temporada de 2022/2023 ao ofertar mais de 877 mil leitos em 195 dias de duração.
Ao todo, a temporada 2023/2024 de cruzeiros pelo Brasil terá 212 roteiros, 763 escalas e 18 destinos com expectativa de gerar 80 mil empregos diretos, indiretos e induzidos e uma previsão de impacto de mais de R$ 5 bilhões na economia nacional.
“Depois de 2022/2023 se consolidar como a maior dos últimos 10 anos, a temporada 2023/2024 com certeza será outro recorde, que irá manter a indústria de cruzeiros em um caminho ascendente, até superarmos os 805 mil cruzeiristas de 2011/2012”, diz em comunicado Marco Ferraz, presidente da CLIA Brasil.
Dados globais – A CLIA diz que 20,4 milhões de cruzeiristas foram registrados no mundo em 2022, número quatro vezes maior que o de 2021, ano com apenas 4,8 milhões de viajantes do tipo.
Além disso, a associação diz que o número de turistas residentes no Brasil e que realizaram viagens de cruzeiro no exterior no ano passado foi de 75.300, com uma receita estimada de R$ 554 milhões – R$ 320 milhões a mais que em 2021.
Os destinos preferidos destes viajantes brasileiros em águas internacionais foram o Caribe e o Mediterrâneo.