O artista baiano Brunno de Jesus participa do Festival Internacional de Artes Cênicas Koruche, no Chile

O artista baiano Brunno de Jesus está prestes a estrear seu mais recente trabalho no palco do Festival Internacional de Artes Cênicas Koruche, que acontecerá no Teatro Municipal de Temuco, no Chile, no dia 11 de novembro. Com o espetáculo intitulado “SAMPLE: É QUE NEM CORTAR QUIABO”, Brunno de Jesus explora um jeito de corpo e uma abordagem única para entender a memória como camadas entre o tempo. Segundo o coreógrafo, cortar quiabo é a metodologia de criação da obra, que nutre e fortalece o desejo que move danças, sons e vibra na pele do artista. 

O solo de Brunno de Jesus faz referências a mestres e mestras da dança negra baiana, como Mestre King, Marilza Oliveira, Jorge Silva, João Lima, entre outros artistas. Através dessa narrativa, o espetáculo constrói uma reflexão sobre as simbologias dos orixás Sángo e Oyá, na perspectiva da memória ancestral e dos desafios enfrentados pelo homem negro contemporâneo. “SAMPLE: É QUE NEM CORTAR QUIABO” é uma jornada para revisitar memórias culturais que compõem e recompõem o corpo em diáspora. 

Além da apresentação, no dia 10 de novembro, Brunno de Jesus ministrará um workshop “Pisa-pé como pensamento coreográfico”. Este workshop abordará o corpo na dança e explorará relações éticas, políticas e estratégias emancipatórias por meio de repertórios afrodiaspóricos, com destaque para o jogo Pisa-pé como ferramenta criativa em dança.

Esse trabalho é resultado de uma pesquisa em dança que o artista desenvolve desde 2014.  A trilha sonora do espetáculo é assinada por Yan Santana, e o figurino é um trabalho de Jorge Silva. A produção e assessoria artística estão a cargo de Fred Lopes, com a produção executiva da Oyó Núcleo de Artes. 

Conceito do festival

O Festival Internacional de Artes Cênicas Koruche adota o conceito curatorial de “Choques que Transformam” para esta edição. Anderson Feliciano, renomado dramaturgo brasileiro com mestrado em Dramaturgia (UNA – Buenos Aires), lidera a curadoria, que propõe reunir obras de artistas tradicionais e contemporâneos. Eles exploram questões relacionadas aos movimentos de corporalidades racializadas na diáspora, em encontro com artistas do território Mapuche.

Este conceito curatorial é inspirado no movimento contínuo das placas tectônicas, que ao longo do tempo são responsáveis por diversas transformações na crosta terrestre, e visa criar uma plataforma de diálogo e expressão artística rica e diversificada.  Brunno de Jesus e sua obra “SAMPLE: É QUE NEM CORTAR QUIABO” são contribuições notáveis para esse festival que promove o encontro de diferentes culturas e expressões artísticas, promovendo reflexões sobre identidade, memória e diáspora.