Festival Salvador Capital Afro chega à 2ª edição para fortalecer economia criativa e afroturismo 

O Festival Salvador Capital Afro chega à segunda edição em 2023, visando estimular o desenvolvimento da economia criativa, valorizar os talentos negros locais e potencializar o protagonismo da cidade no segmento do Afroturismo. Parte da programação do Novembro Salvador Capital Afro, o evento ocorrerá entre os dias 22 e 25 de novembro, no Centro Histórico de Salvador, e terá entrada gratuita. 

O tema deste ano será Salvador: Cidade Conexão da Diáspora. A intenção é tornar a capital baiana um ponto de encontro entre cidades e países africanos. A programação reúne painéis, apresentações musicais, oficinas, rolês afros (passeios afrocentrados) e rodadas de negócios com foco nos eixos temáticos: afroturismo, artes visuais e música.  

Nos três dias do evento, serão discutidos temas fundamentados em dados do mercado do turismo afro. Dentre elas estão “Estratégias de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e Combate ao Racismo”, “Black Money”, “Aquilombamentos Culturais e Circulação Artística”. 

Todas as informações e inscrições podem ser feitas pelo site da Sympla no link https://www.sympla.com.br/produtor/salvadorcapitalafro. A programação completa do Festival Salvador Capital Afro também pode ser conferida no site www.salvadordabahia.com/capitalafro e nas redes sociais: @salvadorcapitalafro. 

A diretora de Cultura da Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult), Maylla Pitta, afirma que o Festival Salvador Capital Afro é, antes de tudo, um festival de negócios, com realização de painéis, espaços de qualificação e rodadas de negócios para artistas e empreendedores locais voltados para o setor, estimulando o intercâmbio, a conexão e o escoamento das produções artístico-culturais e do conjunto de serviços da cena do afroturismo na cidade. “Ademais, realizaremos atos institucionais para o fortalecimento do afroturismo em Salvador, com a participação de autoridades locais e internacionais”, explica.   

O evento é visto como uma base de transformação social, cujo foco é mobilizar negócios, capacitar pessoas e envolver, de forma atrativa, toda a cadeia de afroempreendedores. A estimativa é de que sejam gerados 100 postos de trabalho e ultrapassar R$1 milhão em intenções de negócios. 

Programação – O festival será aberto oficialmente no dia 22 – os detalhes da cerimônia serão divulgados em breve. A manhã seguirá com o painel “Cooperação internacional para o desenvolvimento e combate ao racismo”, com a participação do diretor de relações internacionais da Prefeitura de Los Angeles, Wajenda Chambeshi; do gerente de parcerias internacionais da cidade de Boston, James Colimon; da embaixadora de Gana no Brasil, Abena Busia; da ex-ministra da cultura da Colômbia, Paula Moreno e da chefe do escritório da UNICEF na Bahia, Helena Oliveira.  

Em seguida, o tema do festival “Salvador: Cidade Conexão da Diáspora” será o assunto do encontro entre o pesquisador da cultura e história africana Abiola Akandé (Benin); o pós-doutor em antropologia e babalorixá da Casa do Rei e Senhor das Alturas, Vilson Caetano, e Paula Moreno, fundadora do programa Manos Visibles, uma rede de líderes e organizações de ponta que constrói a equidade racial e territorial. A mediação será feita pela pesquisadora Cíntia Guedes. 

Na quinta-feira (23), John Yaw Agbeko, diretor-chefe do Ministério do Turismo, Artes e Cultura de Gana; Kim Osborne, secretária executiva da Organização dos Estados Americanos (OEA/ (EUA); e Bia Moremi, fundadora da Brafrika Viagens, agência brasileira com atuação no continente africano (África do Sul), trocarão informações sobre experiências internacionais do Afroturismo, com mediação de Tânia Neres, coordenadora de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). 

Já o tema “Black Money” será discutido pela educadora financeira Átila Lima; com a criadora da Feira Preta e do Preta Hub, Adriana Barbosa; a gerente de Projetos Sociais do Movimento pela Equidade Racial (Mover), Luciene Rodrigues; o diretor executivo do Fundo Baobá para Equidade Racial, Giovanni Harvey; e o coordenador de Finanças Solidárias do Banco Comunitário de Desenvolvimento Santa Luzia, Carlos Eduardo Dias Barbosa. A discussão terá mediação de Ciça Pereira, do Afrotrampos. 

Na sexta-feira (24), O painel “Arte que circula” terá presença de Juci Reis, do Programa Flotar (México); do multiartista e criador do Negro Fest, Fabio Arboleda (Colômbia); do músico e empresário Evandro Fióti (Lab Fantasma); e de Ismael Fagundes, coordenador artístico do Afropunk Bahia. Os artistas e empreendedores compartilharão experiências, informações e orientações para cruzar fronteiras, com mediação do diretor da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Chicco Assis. 

O painel “Aquilombamentos Culturais” vai promover o encontro entre Lázaro Roberto (Zumvi Arquivo Afro Fotográfico), Jaqueline Fernandes (Festival Latinidades) e Karla Danitza (Enegrecer a Gestão Cultural), com mediação de Stéfane Souto (coordenadora de Economia da Cultura na Secult Salvador), para colocar em pauta a importância dos espaços culturais de aquilombamento no desenvolvimento de um cenário artístico-cultural negro cada vez mais fortalecido. 

Eixos temáticos – As rodadas de negócios, umas das ações mais importantes que acontecerão durante o festival, terão o papel fundamental de aproximar os artistas e empreendedores locais de possíveis contratantes, compradores e de outros diferentes agentes de fomento, através da apresentação de projetos. Nesta edição, foram selecionadas propostas nas áreas de afroturismo, artes visuais e música, inscritas previamente. As reuniões acontecerão com players nacionais e internacionais, como os festivais de música Feira Preta, Yalodê e Negrofest (Colômbia), os museus Afro Brasil, Dragão do Mar, Muncab, MAC e MAM Bahia e o projeto Flotar (México). Para as artes visuais, irão participar as agências de turismo Brafrika, Be Fly, Luck, Orinter e Adval. 

A ação é realizada em parceria com profissionais e empresas com trabalhos relevantes em suas áreas. A articulação do eixo de Afroturismo foi tocada por Antônio Pita, da startup de afroturismo Diaspora.Black, e Tânia Neres, da Embratur. Nas artes visuais, a collab é com a Afrontart – Quilombo Digital de Artes, representada por Luana Kayodê e Raína Biriba. Já na área da música, o articulador é Ziati Comazi, produtor e gestor cultural da Nova Estação. 

Shows gratuitos – Nos três dias, o festival será encerrado com música, a partir das 17h, no Pátio do Espaço Cultural da Barroquinha. Nove artistas ou grupos musicais que se inscreveram nas rodadas de negócios serão selecionados para apresentar seus trabalhos ao vivo para os curadores do Festival, para os contratantes nacionais e internacionais e também para o público, que assistirá a três shows em cada noite. Além disso, no dia 24, haverá shows gratuitos de Larissa Luz, Baco Exu do Blues e Seun Kuti na Praça Cayru. 

Oficinas – Oficinas gratuitas voltadas para pessoas negras também fazem parte da programação e estão com inscrições abertas. “Afroturismo” e “Precificação para empreendedores do Afroturismo”, “Circuitos Colaborativos” para artistas visuais, “Construindo candidaturas fortes para editais financiados por bancos internacionais” para produtores culturais e “Gestão de carreira” para artistas da música são algumas das formações que serão oferecidas, cada uma com 30 vagas.  

O Festival Salvador Capital Afro é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Salvador, através da Secult, no âmbito do Prodetur Salvador, em parceria com a Semur. O projeto tem financiamento do BID e é mais uma ação do Plano de Desenvolvimento do Afroturismo em Salvador. 

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