Projeto avalia níveis de acúmulo de carbono em áreas produtivas do Cerrado da Bahia

Os produtores rurais baianos estão trabalhando na coleta de amostras do solo para determinar os níveis de acúmulo de carbono em áreas produtivas. A ação realizada pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), juntamente com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o apoio do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro), teve início no último mês, e já contempla 15 propriedades com diferentes sistemas de produção. 

Intitulado “Diagnóstico do estoque de carbono em solos do Cerrado da Bahia sob sistemas de produção de algodão e grãos”, o projeto está na fase de coletas e amostragem de solos nas propriedades rurais. Os técnicos do Programa Fitossanitário da Abapa integram a rede de coleta em áreas localizadas em dez núcleos agrícolas, e até o momento já foram encaminhadas para análise as amostras das fazendas dos núcleos: Rio das Pedras, Ouro Verde e Estrondo, Nova América, Roda Velha, Roda Velha de Baixo, Roda Estrada do Café e Anel da Soja.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, Fabiano Perina, esta pesquisa é a base para as futuras certificações, conforme a tendência de produção sustentável de algodão e fibras no Oeste da Bahia. “Espera-se que com as análises e os relatórios prontos, os produtores tenham informação suficiente para amparar a tomada de decisão acerca de qual sistema de produção e preparo do solo são potencialmente melhores para propiciar o acúmulo de carbono no solo, garantindo que o algodão baiano se mantenha na classificação na Agricultura de Baixo Carbono”.

Para o gerente da Fazenda Bela Vista, Fernando Caetano, a iniciativa da Abapa contribui para difundir as boas práticas no cultivo do algodão. “Essa ação que envolve trabalhos e estudos científicos somente torna válida as boas práticas que vêm sendo aplicadas no campo. Trabalhamos todos os dias para alcançar boas produtividades que estão andando juntas com a sustentabilidade. Essa pesquisa vai nessa direção, de gerar dados para um maior desenvolvimento sustentável nas lavouras, e promover boas práticas nas lavouras da região”, afirma.

Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da Abapa, destaca que o projeto é mais uma ação que prioriza a sustentabilidade, não apenas do negócio, mas do meio ambiente como um todo. “Os produtores estão adotando boas práticas em seu dia a dia garantindo a longevidade e o equilíbrio do sistema produtivo, além de conscientemente conservarem e fazerem o uso correto da água e do solo. Mais do que apenas cumprir com as exigências do mercado, essas práticas estão, de fato, incorporadas na rotina das fazendas como ganhos na produção e do meio ambiente”, destaca.

Após a etapa das coletas, por parte da equipe do Programa Fitossanitário, as amostras serão encaminhadas para a Embrapa Instrumentação Agropecuária, onde serão analisadas para determinação do teor de carbono no solo. Essas análises utilizam os métodos inovadores, CHN e LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy), reconhecidos internacionalmente por certificadoras, como a VERRA.