Augusto Vasconcelos critica possibilidade de privatização das Loterias da Caixa

O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia – SBBA e vereador de Salvador, Augusto Vasconcelos (PCdoB), criticou, nesta segunda-feira (25), a possibilidade de privatização das Loterias da Caixa Econômica Federal. Em declarações feitas na Câmara Municipal (CMS) durante a sessão ordinária desta tarde, Vasconcelos afirmou que se encontra, junto ao movimento sindical da categoria, contrário às recentes tratativas.

Na última segunda-feira (18), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) protocolou um pedido de suspensão da discussão interna que ocorre no Governo Federal sobre o assunto. O ofício foi encaminhado ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no qual a Confederação ainda manifesta o desejo que promovam um diálogo junto aos sindicalistas. No mesmo dia, a Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa Econômica Federal (FENAG) enviou um documento para a instituição financeira pedindo esclarecimentos a respeito do processo de migração do controle das lotéricas para a subsidiária.

“Entendemos que essa medida vai na contramão da defesa dessa instituição, mais que centenária, que cumpre relevantes serviços ao povo brasileiro. Graças aos esforços do movimento sindical, e em especial, do nosso conselheiro eleito que representa os empregados na alta cúpula da empresa, o colega Antônio Messias Rios Bastos, aqui da Bahia inclusive, nós conseguimos suspender a votação no âmbito do conselho de administração. Quero registrar o nosso posicionamento contrário a essa discussão. Entendemos que é um retrocesso”, afirmou Augusto.

No ano anterior, as Loterias da Caixa arrecadaram um total de R$ 23,4 bilhões. Desse total, R$ 7,9 bilhões foram pagos aos apostadores, na forma de prêmios, enquanto R$ 9,2 bilhões foram destinados a programas sociais do Governo Federal nas áreas de seguridade social, educação, saúde, cultura, esporte e segurança pública. Ou seja, mais de 40% dos lucros da operação com as Loterias retornam, todo ano, para a sociedade, na forma de investimentos sociais. Tal possibilidade só ocorre por conta da gestão pública da Caixa Econômica Federal.

“Defendemos uma Caixa 100% pública, que assegure que os lucros obtidos por esse banco, que oferece serviços relevantes ao país, sejam retornados ao conjunto da sociedade, como acontece atualmente com as Loterias da empresa. Uma área em que não há acusação de fraude, prestam um serviço de excelência, não há questionamento sobre resultados… A quem interessa privatizar este segmento do banco?,” disse Augusto. 

A criação da subsidiária LOTEX (hoje Caixa Loterias) ocorreu durante o governo Temer, em 2016, com o propósito de preparar a privatização das operações. Em 2023, na gestão presidida por Rita Serrano, a subsidiária havia se tornado não operacional, como parte do processo de encerramento de suas atividades, contudo, informações divulgadas na imprensa recentemente declaram que o Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal deverá votar proposta para transformar as Loterias do banco público em uma subsidiária.

Vasconcelos expressou preocupação com a possível privatização e ressalta que interferir nas operações já realizadas pelas Loterias da Caixa, enquanto segmento público, abriria margem para corrupção e lavagem de dinheiro, favorecendo empresas que não terão qualquer interesse em programas como Bolsa Atleta, Minha Casa Minha Vida e Fies.