Programa Corra pro Abraço passa a atender mais quatro municípios baianos

A ampliação do programa para as cidades de Lauro de Freitas, Juazeiro, Barreiras e Porto Seguro terá investimento de R$ 10,6 milhões, fruto de parceria entre o Governo do Estado e Governo Federal

As ações de promoção da cidadania e dos direitos humanos conduzidas pelo Programa Corra pro Abraço serão ampliadas para mais quatro cidades baianas. Os serviços estaduais que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social e/ou em uso abusivo de álcool e outras drogas vão estar nas cidades de Lauro de Freitas, Juazeiro, Barreiras e Porto Seguro. O anúncio foi feito pelo governador Jerônimo Rodrigues na manhã desta quinta-feira (25), no Centro Estadual de Educação Profissional em Tecnologia, Informação e Comunicação, em Lauro de Freitas.

O governador falou do desafio de “ter a coragem de botar essa pauta aqui, é também ter a coragem de dizer que, se a gente faz uma agenda dessa é para operar na raiz do problema”. O Corra pro Abraço, segundo o chefe do executivo, também faz parte dos recursos que vão ser empenhados pelo Estado no programa de segurança Bahia Pela Paz, nos próximos três anos.

A chamada pública, parceria entre o Governo do Estado e o Governo Federal, através do Ministério da Justiça e Segurança Pública/Senad, será publicada nesta sexta-feira (26) no Diário Oficial para seleção de organizações da sociedade civil que se alinhem às propostas pedagógicas e metodológicas do programa estadual e que tem entre os eixos de atuação: educação e assessoria jurídica, assistência social, psicológica e arte educação. O edital também vai contemplar a ampliação dos serviços do Corra pro Abraço no Centro Histórico de Salvador. O edital estará disponível no site da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado (Seades).

As quatro novas cidades que passam a integrar as ações do programa terão sedes com área para acolhimento e convivência, sala de atendimento individual, sala de atendimento técnico em grupo e realização de oficinas de trabalho, sala para reunião, banheiros, copa e cozinha. Serão investidos R$ 10,6 milhões para as ações.

De acordo com Fabya Reis, secretária da Assistência e Desenvolvimento Social, a escolha das quatro cidades, inicialmente, foi resultado de um estudo da pasta. “A gente fez a análise das cidades que integram os territórios de identidade da Bahia, da região de Lauro de Freitas e cidades com mais 100 mil habitantes, para materializar essa expansão, que já estava no plano de governo, e foi pactuado na vinda de Flávio Dino para uma agenda de segurança pública ano passado”, lembrou.

A titular da pasta ainda completou que a perspectiva é de que até 2026, outros municípios da Bahia com mais de 150 mil habitantes tenham equipamentos para execução das atividades da ação estadual.

Sueli Oliveira, coordenadora nacional do Movimento da População de Rua, viveu sete anos na rua e relatou que, depois que se tornou liderança da entidade, entendeu o quanto é fundamental o trabalho do Estado para o cuidado e reintegração das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social.

“A gente sabe que ninguém vive na rua porque quer. Principalmente quando você é mulher. Se a rua é difícil para o homem, para a mulher é muito mais. E tendo nas ruas uma equipe como a do Corra pro Abraço, com esse olhar humanizado, um olhar que não é no tempo deles, mas no tempo da pessoa vulnerável. Ela não vai desistir. O trabalho precisa ser individualizado”, avaliou a liderança sobre o que vem sendo feito pelo programa há 11 anos.

Leonei de Jesus é um dos jovens beneficiados pelo Corra pro Abraço e atribuiu sua conclusão dos estudos no ensino médio à ação. “O Corra me abraçou. Eu pude crescer, sendo ajudado por esse programa e hoje eu posso dizer que eu venci. Por isso eu estou aqui para apoiar outros jovens que, assim como eu, tiveram filho cedo e se viram perdidos, sem perspectiva”, dividiu ele, que hoje trabalha como monitor em uma escola municipal de Lauro de Freitas.

Sobre o programa

Desenvolvido em 2013 pelo Estado, a ação pública de redução de danos voltada para populações em situação de vulnerabilidade trabalha com equipes volantes e multidisciplinares, compostas por agentes de redução de danos, assistentes sociais, psicólogos, educadores jurídicos, cientistas sociais, pedagogos, arte-educadores, educador físico, educomunicadores.

Os profissionais também atuam em articulação com redes de serviços da justiça, do Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (Suas) e da atenção psicossocial. O programa já acumula mais de 300 mil atendimentos em quase 11 anos de trabalho em Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista.

Foto: Mateus Pereira/GOVBA