Marta Rodrigues: “Salvador é a capital do país com mais gente em áreas de risco de desastres e prefeito nada fez”

Levantamento da Casa Civil e do Ministério das Cidades apontou que Salvador tem mais da metade da população residindo em áreas vulneráveis e esta na lista das dez cidades com maior concentração de pessoas em moradias precárias

Presidenta da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) afirmou, nesta quinta-feira (16), que a prefeitura de Salvador não tem se esforçado para tirar a capital baiana da lista das dez cidades com mais áreas de risco de desastres, conforme apontou estudos da Casa Civil e do Ministério das Cidades.

Segundo Marta Rodrigues, os estudos mostram que mais da metade da população reside nessas localidades vulneráveis. Ela destaca que a falta de atitude do executivo municipal para amenizar essa realidade deixa evidente o desprezo do executivo municipal e a ineficácia das ações de defesa civil na cidade. “São 1.217.527 pessoas morando nessas áreas vulneráveis a deslizamentos de terra, alagamentos, desabamentos de imóveis, dentre outras tragédias. Metade da nossa população. Os dados foram divulgados em janeiro e até agora nada foi feito. É escandaloso”, afirmou Marta.

A vereadora disse esperar que não aconteçam tragédias na capital para o prefeito tomar providências contundentes. “O prefeito precisa parar de tratar o povo como se ele fosse bobo, fazendo maquiagem na cidade, entregando obras mea-boca e gastando dinheiro com tudo, menos com o necessário. Entre as capitais, Salvador é a cidade com maior concentração de pessoas em moradias precárias”, acrescentou a petista.

A petista destaca, ainda, que a situação precária da defesa civil na capital baiana é constantemente denunciada pela oposição na Câmara. “Estes dados do governo federal foram publicados em O Globo e tomaram dimensão nacional. Mas a verdade sempre foi uma só: a prefeitura de Salvador nunca fez absolutamente nada para proteger a população de possíveis desastres. O que faz é tentar enganar as pessoas com geomantas que não servem para nada, pois se destroem facilmente, até plantas conseguem ultrapassar a barreira”, declarou.

“O resultado da falta de planejamento e de ações de prevenção nós vimos no mês de março com as fortes chuvas que castigaram a cidade. Mais de 2 mil pessoas desabrigadas, deslizamentos de terra e muitos transtornos na cidade”, continuou.

Níveis – Especialistas em defesa civil e engenharia do Ministério das Cidades classificou as áreas de risco em quatro graus: risco baixo, médio, alto e muito alto. De acordo com o estudo, São Paulo, Teresópolis (RJ), Blumenau (SC), Petrópolis (RJ), Nova Friburgo (RJ), Maceió (AL), Fortaleza, Belo Horizonte, Jaboatão dos Guararapes (PE) e Salvador são os dez municípios com maior urgência de investimentos na prevenção desastres.