Por Anderson Santos*
A eleição para a presidência da Câmara Municipal de Camaçari trouxe um marco inédito na história política da cidade. Pela primeira vez, um prefeito recém-empossado não conseguiu eleger o presidente da Câmara por meio de sua bancada, sofrendo uma derrota emblemática. Mais do que isso, foi a primeira vez que um ex-prefeito, que não conseguiu fazer seu sucessor, derrotou politicamente um novo prefeito em pleno início de mandato.
Elinaldo, principal articulador da vitória de Niltinho, demonstrou habilidade e liderança ao unir a oposição e garantir o comando do Legislativo. Essa articulação histórica rompeu com a tradição de domínio do Executivo sobre a eleição para a presidência da Câmara, especialmente em momentos de posse.
Essa derrota é um golpe significativo para Luiz Caetano, que, ao não consolidar sua base no Legislativo, enfrenta um desafio político logo no início de sua gestão. Para Elinaldo, porém, o resultado reafirma sua posição como o principal líder da oposição em Camaçari, mostrando que sua influência e articulação política permanecem fortes, mesmo fora do Executivo.
A vitória de Niltinho não é apenas um feito político inédito; é um indicativo claro de que a oposição está mais organizada e preparada para equilibrar as forças na cidade. Esse movimento também evidencia a insatisfação de alguns setores da política local com o governo recém-empossado, mostrando que a hegemonia de Caetano pode enfrentar grandes desafios.
Com essa eleição, Elinaldo reafirma sua capacidade de articulação e protagonismo político, enviando um recado claro de que a oposição está mais viva do que nunca e pronta para atuar de maneira firme nos próximos anos. Camaçari agora entra em uma nova fase política, marcada pelo fortalecimento do Legislativo como espaço de resistência e equilíbrio.
*Anderson Santos, presidente do PDT de Camaçari