A comunidade de Bosque Real, localizada no bairro de Sete de Abril, participou de simulado de evacuação para áreas de risco, na manhã deste sábado (07/03). Realizada pela Defesa Civil de Salvador (Codesal), a atividade começou às 9h no instante em que foram acionadas as sirenes do Sistema de Alerta e Alarme. Na ocasião, 86 moradores seguiram por três rotas de fuga até os pontos de encontro. Logo após, foram encaminhados para a Escola Municipal Novo Marotinho, onde funcionou o ponto de acolhimento e de apoio da operação.
Na operação, participaram 122 profissionais da Defesa Civil de Salvador, da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate a Pobreza (SEMPRE), da Guarda Civil Municipal, da Transalvador, da Secretaria Municipal de Saúde, da Secretaria Municipal de Trabalho Esporte e Lazer, da Secretaria Municipal de Educação, do Corpo de Bombeiros Militar, da Escola Municipal Novo Marotinho, da SUDEC e da Embasa.
Por meio de exercício de retirada rápida de moradores de suas casas, a operação busca a redução de danos e a preservação da vida em comunidades localizadas em áreas onde é grande o risco de acidentes relacionados ao mau tempo, a exemplo daqueles causados por desabamentos de imóveis e deslizamentos de terra.
“O objetivo desses simulados é treinar para que os cidadãos saibam o que fazer no caso de acidentes relacionados à proteção civil, e para que consigamos evitar e minimizar os efeitos da chuva”, explica o diretor geral da Codesal, Sosthenes Macêdo.
SIMULADOS
O simulado de evacuação de área de risco é um exercício prático que promove a capacitação das comunidades para enfrentar adequadamente situações de emergência e permite a avaliação das ações realizadas e os recursos empreendidos e levantados ao longo das atividades de formação dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdec) que antecedem a atividade.
O simulado tem início quando a sirene do Sistema de Alerta e Alarme da área envolvida é acionada pelo Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Salvador (Cemadec), unidade tecnológica da Codesal que realiza análises climáticas e previsões de chuvas. Em um cenário real, a sirene será disparada em caso de chuvas intensas e um acumulado de 150 mm em 72h.
Para Sosthenes Macêdo, os simulados já realizados (um total de 23) tem contado com a participação proativa das comunidades: “ao findar as atividades, saímos com a sensação de dever cumprido e a certeza de que essas pessoas serão multiplicadoras de conhecimento e vão atuar preventivamente caso necessário”.
NUPDECS
A formação dos Nupdecs é coordenada pelo Setor de Articulações Comunitárias e Voluntariado da Defesa Civil de Salvador que mobiliza as comunidades para participarem das atividades que incluem módulos sobre defesa civil, primeiros socorros, percepção de riscos, entre outros, como aconteceu ao longo de uma semana na comunidade de Bosque Real, em Sete de Abril.
“A instalação do Nupdec é prioritária em áreas de risco e tem por objetivo organizar e preparar a comunidade local a dar a pronta resposta aos desastres, a exemplo de deslizamentos de terra causados pelas chuvas, além de, em situação de normalidade, atuar no planejamento de ações de Defesa Civil que visem a proteção comunitária”, explica a chefe do setor, Simone Café.
CLIMA
“É indispensável que a difusão de conhecimentos voltados para redução de risco de desastre seja partilhado com a sociedade em geral, em uma realidade de alterações climáticas que fazem com que a cada dia mais pessoas sejam expostas a riscos que antes não eram perceptíveis”, alerta a coordenadora de Ações de Prevenção e Redução de Riscos, Gabriela Morais.
Nos últimos meses, a população tem testemunhado desastres de grande impacto ambiental e social em todo o mundo e particularmente no Brasil, traduzidos nos eventos meteorológicos extremos, como as chuvas registradas sem Salvador no dia 26 de novembro do ano passado.
Naquele dia, choveu em apenas três horas 169 mm – a média histórica para novembro é de 106,5 mm. O acumulado em 12 horas foi de 258 mm, mais do que o dobro previsto para o mês. “Diante desses eventos, cabe a Defesa Civil permanecer em alerta e preparada para possíveis adversidades que estão por vir”, diz Sosthenes Macêdo.
Desde 2016, é prioridade da gestão do prefeito ACM Neto a aplicação de geomantas em áreas de risco da capital. Este avanço tecnológico, de rápida instalação, é formado por um composto de PVC e geotêxtil, com cobertura de argamassa jateada, que impermeabiliza o talude para erosões superficiais, absorção de águas da chuva e possível risco de deslizamento do terreno. Já foram aplicadas 187 geomantas que beneficiaram 10 mil pessoas, com investimentos de cerca de R$ 17 milhões.
PARCEIROS
Os simulados contam com o apoio logístico de órgãos parceiros do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil (SMPDC), a exemplo da Guarda Civil Municipal, Prefeituras-Bairro, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate a Pobreza (SEMPRE), Corpo de Bombeiros Militar da Bahia. Outros órgãos também contribuem para a ampliação das atividades preventivas nas comunidades situadas em taludes e nos preparativos para as chuvas.
A Seinfra/Sucop realiza obras de contenção de encostas. A longo da administração do prefeito ACM Neto, foram realizadas mais de 87 contenções de encostas em diversos bairros da cidade, 11 estão em andamento, com investimentos de cerca de R$ 128 milhões com recursos da própria Prefeitura.
A Secretaria Municipal de Manutenção (Seman) executa intervenções de drenagem de canais, poda de árvores (uma média 4 mil por mês) como parte do cronograma de ações preventivas para a época das chuvas. A Limpurb realiza desobstrução de vias em decorrência de deslizamento de terra e encosta, remoção de entulho, barro e escombros, lavagem de logradouro para limpeza de lama e, em auxílio à Codesal, coloca lonas em locais onde teve deslizamento de terra ou que correm risco de deslizar, bem como desobstrução de bueiros, sarjetas e canaletas. Na Operação Chuva de 2019 foram recolhidos 1.490,58 toneladas de resíduos sólidos em 146 bairros.
