Depois de minimizar coronavírus, Bolsonaro diz que governadores são responsáveis por mortes

Após minimizar diversas vezes os riscos do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a responsabilidade das mortes registradas até aqui é dos governadores, e não dele. A declaração foi feita um dia após Bolsonaro responder “e daí?” e perguntar o que ele podia fazer depois de ser questionado sobre novo recorde de mortes pela Covid-19 no país, que já passam de 5 mil em todo país.

Bolsonaro argumentou que, como decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e prefeitos têm autonomia para decidirem sobre medidas restritivas no combate ao coronavírus, e por isso eles precisam explicar por que as mortes continuaram mesmo após essas medidas serem tomadas.

— Questão de mortes, a gente lamenta as mortes profundamente. Sabia que ia acontecer. Agora, quem tomou todas as medidas restritivas foram governadores e prefeitos — disse Bolsonaro, acrescentado depois: — Essa conta tem que ser perguntada para os governadores. Perguntem ao senhor João Doria, ao senhor (Bruno) Covas, de o porquê terem tomado medidas tão restritivas e continua morrendo gente. Eles têm que responder. Vocês não vão colocar no meu colo essa conta.

Questionado se não tinha nenhuma responsabilidade sobre as mortes, o presidente respondeu:

— A pergunta é tão idiota que eu não vou responder.

Bolsonaro já minimizou diversas vezes os riscos do coronavírus. No início de março, por exemplo, disse a doença era “muito mais fantasia”. Dias depois, afirmou que a Covid-19 não iria matar mais de 800 pessoas no Brasil e que “brevemente” a população iria saber que foi enganada por governadores e pela imprensa. No início de abril, afirmou que o vírus “não é tudo isso que estão pintando”. Depois, no último dia 12, disse que “parece que vírus começa a ir embora”, mas os casos continuaram crescendo.

O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira o registro de 5.017 óbitos por coronavírus. Com isso, o país passou a China no número de mortes pela Covid-19 – até agora, a nação asiática registrou 4.637 vítimas fatais, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (UE).

Fonte: Extra