Presidente da Organização Odebrecht, uma das maiores empresas de engenharia e construção da América, entre os anos de 2008 e 2015, o empresário Marcelo Odebrecht pediu para ser defendido pela Defensoria Pública numa disputa de R$ 52 milhõesque trava com a própria Odebrecht no processo de recuperação judicial da empresa.
Há alguns anos frequentador da lista dos mais ricos brasileiros, Marcelo teria alegado, segundo o colunista Lauro Jardim, não ter condições de arcar com os custos de sua defesa por conta do bloqueio de aproximadamente R$ 143 milhões em março, a pedido da Odebrecht. Por isso, entrou com pedido de gratuidade de Justiça.
O bloqueio foi determinado pela Justiça de São Paulo e diz respeito a um acordo assinado entre a empresa e Marcelo em novembro de 2016, na reta final das negociações da delação da Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato. Com o montante, Marcelo seria indenizado por danos causados a seu patrimônio pela cooperação com o Poder Judiciário.
A Odebrecht, contudo, alega que o acordo foi resultado de chantagens feita pelo seu ex-presidente numa etapa crucial das negociação com a Lava Jato. A ameaça de Marcelo seria de incriminar executivos que ainda não estavam na mira de investigadores caso a empresa não concordasse com a indenização.
O grupo Odebrecht foi fundado pelo avô de Marcelo, que renunciou ao cargo de presidente em dezembro de 2015, após ser preso pela Operação Lava Jato, e acabou demitido por justa causa no final do ano passado – ele recebia R$ 115 mil por mês, além de benefícios.