Algo muito grave acontece com nossa democracia, diz Bolsonaro após ação autorizada pelo STF

No dia em que teve aliados atingidos por uma operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, Jair Bolsonaro afirmou na noite desta quarta (27) haver sinal de que “algo de muito grave está acontecendo com nossa democracia”.

O presidente disse ainda que nenhuma violação à liberdade de expressão “deve ser aceita passivamente”.

“Ver cidadãos de bem terem seus lares invadidos, por exercerem seu direito à liberdade de expressão, é um sinal que algo de muito grave está acontecendo com nossa democracia”, escreveu em rede social.

“Estamos trabalhando para que se faça valer o direito à livre expressão em nosso país. Nenhuma violação desse princípio deve ser aceita passivamente!”, completou mais tarde.

A manifestação do presidente da República indica a irritação com a operação que atingiu deputados da base e apoiadores.

Nesta quarta, Bolsonaro reuniu sua equipe de ministros para definir uma estratégia de reação ao STF.

No encontro, segundo auxiliares presentes, ele avaliou como absurda e desnecessária a investigação contra aliados do seu governo, considerou que se trata de uma retaliação e reforçou que o Poder Executivo não pode aceitar calado.

A primeira medida que ficou definida é que a AGU (Advocacia-Geral da União) ingressará com pedido de habeas corpus para que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, não preste depoimento ao STF. Ele foi intimado no mesmo inquérito que apura o disparo de fake news por aliados do presidente.

A ideia seria ingressar com o habeas corpus para impedir a prisão ou outra medida cautelar contra o ministro no caso de ele se recusar a cumprir a determinação do STF de prestar depoimento.

Na reunião, também foram discutidas outras iniciativas de resistência, mas ainda nao se chegou a uma definição. Entre elas, a sugestão para que o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, não acate nenhum pedido de diligências no âmbito de um pedido de impeachment contra o ministro que foi apresentado ao tribunal e é relatado por Celso de Mello.

O núcleo ideologico defendeu ainda que o presidente insista mais uma vez na nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal. O ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu a posse do amigo do presidente no mês passado.

Folhapress