“O vereador da cultura”. Assim podemos chamar Alexsando Velosos Santos ou como é popularmente conhecido, Alex Mine. Formado em Enfermagem e pós-graduado em Urgência e Emergência, Mine vem desempenhando um importante papel na condução do Instituto Cultural Casa dos Artistas. O que poucos sabem é que, apesar de 15 anos de atuação política militando na área da saúde, Mine iniciou sua trajetória profissional na música.
Filho do conhecido empresário do ramo musical Paulo Vasconcelos, mentor de bandas de sucesso nos anos 80 e 90, como Reflexus e Raíz do Sol, o atual vereador ganhava a vida como baterista. Entretanto, o nascimento da sua primeira filha acabou abreviando sua carreira de artista. “Minha trajetória foi iniciada na música, mas por conta dessa instabilidade da música baiana, o musico hoje dificilmente se dá ao luxo de ter somente a música como profissão e levar a renda para casa. Minha filha nasceu e tive a necessidade de ter algo realmente palpável financeiramente falando. Fui em busca de emprego e entrei na área de saúde. Me formei em Enfermagem e, posteriormente, me especializei. Mine atuou como condutor, socorrista e resgatista na ONG Anjos do Asfalto, onde acabou virando, tempo depois, coordenador de resgaste. “Depois fui para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Lá fui condutor, enfermeiro e depois virei subcoordenador geral”.
O Instituto – Situado na Ladeira da Prata, no tradicional bairro de Nazaré, o Instituo Multicultural Casa do artistas tem por finalidade ajudar artistas, em especial soteropolitanos, das áreas de música, teatro ou artes plásticas que não tenham condições de tomar aulas de aperfeiçoamento, não tenham espaço para ensaiar ou estejam desprovidos de dinheiro para gravação do CD. “A priori, nós estamos custeando 70% de qualquer atividade que o artista venha fazer aqui. Quando a gente consegui um parceiro que possa agregar recursos ao projeto vamos isentar por completo. O cara vai usufruir de tudo o que temos aqui sem pagar nada”. O imóvel onde está instalado o projeto, que é de propriedade da sua família, funciona como estúdio há quase 30 anos. Por lá já passaram artistas como Reflexus, Lazzo, Tonho Matéria, Jau Peri, Neguinho do Samba, Dado Brazavali, dentre outros…
“Por enquanto só temos a ajuda de Deus e Alex Mine. A longo prazo quero transformar essa ideia visível para quem sabe um dia sentar com o prefeito para falar sobre o Carnaval de Salvador e indicar bandas, que por conta de algumas situações, que não vale a pena falar, acabam não tendo oportunidades no mercado. A ideia é ser visto para dar oportunidade a músicos sem notoriedade”, finaliza o edil.