Brasileiros se queixam de distúrbios do sono e alimentação na pandemia, diz pesquisa

Pesquisa do Ministério da Saúde em todo o país mostra que 41,7% dos brasileiros relatam distúrbios do sono, como dificuldade para dormir ou dormir mais do que o de costume, durante a pandemia de Covid-19.

Foram entrevistadas mais de 2.000 pessoas no segundo ciclo da Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). Falta ou aumento de apetite foi relatada por 38,7% dos entrevistados.

A pesquisa também apurou como anda a saúde mental dos brasileiros neste momento: 35,3% relatam falta de interesse em fazer as coisas; 32,6% disseram se sentir para baixo ou deprimido; 30,7% se sentir cansado, com pouca energia.

E mais: 17,3% descreveram lentidão para se movimentar ou falar ou estar muito agitado ou inquieto; 16,9% relataram sentir dificuldade para se concentrar nas coisas.

Segundo Eduardo Macário, diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância em Doenças Não Transmissíveis, a questão da saúde mental é muito importante e merece atenção especial.

“Eventos relacionados à saúde mental muitas vezes são colocados de lado numa situação como a que estamos vivendo. Mas é fundamental serem monitorados e acompanhados.”

O levantamento também avaliou a questão do isolamento social e constatou que 87,1% dos adultos no país relatam que precisam sair de casa ao menos uma vez.

Entre os principais motivos estão compra de alimentos (75,3%), trabalho (45%), procurar serviço de saúde ou farmácia (42,1%), tédio ou cansaço de ficar em casa (20,5%), ajudar um familiar ou amigo (20,2%), visitar familiares e amigos (19,8%), praticar atividades físicas (13,6%) e caminhar com animal de estimação (5,6%).

Os moradores com idades entre 35 e 49 anos (89,8%) das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (89%) foram os mais saíram de casa.

Sobre as práticas de higiene recomendadas para a prevenção da contaminação pelo coronavírus, o segundo ciclo da pesquisa apontou que o percentual de adultos que relataram higienizar as mãos e objetos tocados com frequência foi maior em mulheres (88,6%).

A pergunta foi feita nos dois ciclos da pesquisa e a porcentagem de pessoas que segue as práticas de higiene aumentou de 82,7% no primeiro ciclo para 84,6% no segundo ciclo.

Para Luciana Sardinha, coordenadora-geral de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, os dois ciclos da pesquisa foram muito importantes para entender de que forma a população brasileira está enfrentando a pandemia.

O monitoramento sistemático dos riscos em saúde pública auxilia os gestores na adoção de medidas, de modo a reduzir o número de pessoas afetadas.

O segundo ciclo da pesquisa Vigitel Covid-19 foi realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre os dias 25 de abril e 5 de maio de 2020, e entrevistou 2.007 pessoas com 18 anos ou mais, em todo o país.

Folhapress