ADAB aposta na biomatemática para proteção da citricultura baiana

Para fortalecer o sistema de vigilância ao Huanglongbing dos Citros, praga conhecida como Greening e que provoca a rápida morte econômica dos pomares, a ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) tem investido em parcerias com instituições de ensino e de pesquisa nacionais e internacionais, setor produtivo e prefeituras baianas, como alternativa para maior capilaridade do projeto pioneiro de prevenção da praga e preservação do segmento que emprega 120 mil pessoas.


Um trabalho minucioso de inspeção de plantas em várias regiões produtoras da Bahia é realizado anualmente. No monitoramento em rotas sentinelas foram coletadas mais de 6 mil amostras de insetos e os resultados têm referendado o estado como zona livre da praga. As equipes da ADAB buscam os sintomas do Greening em território baiano e segundo Suely Xavier, coordenadora do Projeto Fitossanitário dos Citros, as parcerias são fundamentais.


Além dos trabalhos conjuntos com a UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano), o FUNDECITRUS, Colpos do Mexico, a parceria da ADAB com a EMBRAPA Mandioca e Fruticultura coloca em ação a terceira etapa do HLB BioMath, coordenado pelo Dr Francisco Laranjeira que utiliza a biomatemática para soluções inovadoras de enfrentamento à ameaça do Greening, projeto adapatado à realidade baiana.


“No Brasil, o Greening está presente oficialmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul e não podemos negligenciar, ao contrário, por isso temos intensificado o monitoramento em barreiras para fiscalizar o trânsito de vegetais, entre mudas cítricas e murtas em diferentes pontos do estado para evitar que a doença chegue à Bahia e destrua todo o investimento de produtores ao longo de décadas. E a orientação para os viveiristas é que trabalhem em ambientes protegidos com viveiros telados para impedir a entrada dos insetos vetores, o que possibilitaria a rápida disseminação da praga”.


Manejo e amostragem
Um dado interessante é que a ADAB que figura como executora de várias etapas, entre as quais, o estabelecimento de rotas sentinelas, é também cliente dos resultados, a exemplo, da simulação de práticas culturais no manejo e de amostragem da praga.


O Projeto HLB BioMath conta com uma equipe de outros pesquisadores da unidade de Cruz das Almas, responsáveis por distintos planos de ação. Participam Eduardo Chumbinho, Maria de Fátima Pinto, Antonio Souza do Nascimento e Marilene Fancelli, além dos técnicos e fiscais da ADAB Jumara Fernandes, Maria Aparecida Carvalho, Edivan Conceição, Paulo de Tarso Silva, Davi Ferreira Amorim, Ricardo Motta, Antônio Campos Lopes, Marcos Humberto Sampaio e a coordenadora Suely Brito.


“A Bahia é o único Estado do Norte e Nordeste, na condição de livre da ocorrência da praga e que tem adotado estes procedimentos de vigilância embasados em resultados da pesquisa. Sem dúvida, podemos afirmar que a ADAB tem feito um trabalho de vanguarda”, enfatiza Celso Duarte Filho, diretor de Defesa Sanitária Vegetal da ADAB.