Tamanho já não é problema para a fiscalização e acompanhamento das ações desenvolvidas em grandes propriedades. Não para os drones da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) que já se constituem na ferramenta tecnológica mais requisitada quando o assunto são imagens precisas para nortear o planejamento, organização e operacionalização dos programas e ações desenvolvidas pela agência. O SPDI (Setor de Processamento Digital de Imagens) é vinculado à Coordenação de Vigilância Epidemiológica, e já atua de forma experimental nas áreas de defesa sanitária vegetal, animal e inspeção de produtos agropecuários.
“A agência baiana sai na frente para adotar as medidas adequadas, no tempo correto, ainda mais durante a pandemia, quando trabalhamos com equipes enxutas e deslocamentos difíceis. Essa otimização na política pública de defesa agropecuária é o que faltava ao segmento”, comemora o diretor-geral da ADAB Maurício Bacelar. “O SPDI foi criado através de Portaria em setembro do ano passado e temos contado com a parceria do GRAER (Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia)”, ressalta.
A autarquia conta com um time de 15 pilotos que são coordenados pelo fiscal estadual agropecuário Weber Aguiar, entre veterinários, agrônomos e técnicos da agropecuária, capacitados a traçar planos de vôos e operar as RPA (Aeronaves Remotamente Pilotadas), conhecidas como drones, com importantes resultados.
Os drones podem ser utilizados para mapeamento de paisagens agrícolas, fiscalizações de trânsito, identificação de rotas de desvios, inspeções fitossanitárias em áreas de difícil acesso, entre outras aplicações. “Com o uso de imagens e tratamento através de programas de informática, podemos fazer a detecção de pragas que promovem amarelecimento e murchamento nas lavouras”, explica a Coordenadora do Projeto Fitossanitário dos Citros, Suely Brito.
“Através de convênio com o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estão sendo adquiridos equipamentos modernos para ampliarmos a atuação dos drones. A ideia é avançarmos os estudos para que, mais tarde, passem a ser utilizados em operações de aereolevantamento com medição, computação, registro e interpretação de dados dos terrenos, prevenindo pragas e doenças do setor agropecuário, além da preservação da saúde pública”, explica Maria Tereza Mascarenhas, coordenadora de Vigilância Epidemiológica.
Agilidade e precisão
“A utilização da tecnologia de drones na defesa agropecuária é uma inovação que veio para oferecer mais agilidade e eficiência na identificação dos problemas fitossanitários e na fiscalização”, arremata o coordenador Fitossanitário da Soja, Nailton Souza.
“O que antes acontecia sem que a ADAB pudesse acompanhar para evitar prejuízo ao solo e à produtividade, hoje vemos em detalhes, intervindo para que isso não aconteça. No dia primeiro de julho começa o vazio sanitário da soja e vamos lançar mão dos drones para fiscalizar áreas extensas”, diz.
“Algumas ações duravam um dia inteiro de trabalho só para circularmos pelas propriedades, hoje bastam duas horas de vôo dos drones para acompanharmos a movimentação nas plantações e pastos”, enfatiza o agrônomo Alessandro Oliveira.