O segmento equestre brasileiro está intrinsecamente ligado à pujança do agronegócio nacional. Na prática, entretanto, as coisas não são bem assim. Cada um anda com suas próprias pernas, sem se darem conta que compartilham de muitos desafios em comum. Isso está evidenciado em um artigo publicado nesta terça-feira (4/8) no blog “Cabeça de Líder”, da Jovem Pan, assinado pelo jornalista José Luiz Tejon, um especialista do agronegócio. Embora trate especificamente sobre o “agro”, nota-se que praticamente todas suas colocações servem perfeitamente para o segmento equestre, em especial no que se refere a “marketing”, “comunicação” e ações propositivas, todas muito bem conceituadas. Confira!
Necessidade de Comunicação foi o destaque no 19º Congresso Brasileiro do Agronegócio
No 19º Congresso Brasileiro do Agronegócio uma síntese constante dentre todas as participações foi a competência comunicacional ausente do Brasil. Desde o embaixador do Brasil na Europa, Marcos Galvão; da ministra Tereza Cristina, até o encerramento com Roberto Rodrigues, coordenador da GVAgro, e Marcello Brito, presidente da Abag.
Há uma certa inocência a respeito do que significa marketing e vendas por parte de algumas lideranças do agro nacional! Marketing é uma filosofia de administração que coloca no centro das decisões dos negócios os consumidores finais. Seus sentimentos. Sonhos. Desejos. Marketing envolve o colocar das emoções dentro das razões. Envolve a constituição dos produtos, serviços, a distribuição, o custo e percepção de preço e a inteligência comunicacional e de relações humanas e institucionais. Significa avaliar fatores incontroláveis, competidores, legislações e, acima de tudo, exigência de consumidores.
Por isso é curioso líderes de setores do agro apontarem comparações negativas dos nossos clientes sobre o aspecto do meio ambiente, por exemplo. Que lá na Europa já desmataram tudo e que ficam criticando nosso desmate nacional. Que queimada tem em toda parte, os incêndios africanos, asiáticos, americanos. Olha só o que fazem lá e parem de olhar o que acontece aqui. Vociferam raivosos.
Da mesma forma criticarmos o protecionismo existente nos países clientes, onde parte deles é também concorrente. As suas sociedades consumidoras são solidárias com seus agricultores. Histórias de fome, sacrifícios, guerras, uniram o urbano e o rural em muitos dos nossos países clientes. É tolice falar mal e criticar as sociedades consumidoras.
Precisamos mostrar o quanto somos vitais para também milhares de pequenos produtores rurais do mundo, com a ração para suas criações. O quanto somos no Brasil milhões de seres humanos vindos de todos lugares do mundo criando aqui uma nova sociedade tropical.
O mundo digital estará cada vez mais a serviço de um mundo cada vez mais analógico. O show da vida será cada vez mais comunicar esse show: humanização do agro de seus produtores e consumidores. Afinal queremos vender muito acima de ganhar discussões: conquistar corações. O ilustre poeta português Camões escreveu: “quem faz o comércio não faz a guerra”. Uma sabedoria antiga que serve para o presente e para o nosso futuro.
Se nos apresentamos como candidatos a sermos os maiores vendedores planetários de produtos originados no agro, precisamos conquistar, seduzir, encantar e comover os mais distintos stakeholders dos países clientes, ao invés de revelarmos seus “podres” sob o nosso ponto de vista. Afinal queremos vender mais e por melhores preços para o mundo ou queremos ganhar discussões?
Para mim discussões inúteis e perdidas as que envolvem segurança sanitária, protocolos de meio ambiente, bem estar animal e legalidade total. E abrir mercados? A ministra Tereza Cristina, genial vendedora, abriu mais de 60 no seu período de ministério. Precisamos agora da competência organizacional para efetivar a abertura. Ação público privada competente.
“Marketing é construção de imagem, empatia, preferência, confiança, entrega efetiva de milhões para milhões. Representa trazer clientes. Populações consumidoras, milhões de habitantes para os nossos milhões de brasileiros. Comunicação. Propaganda. Publicidade. Sem dúvida a alma do negócio e do agronegócio também, e está fazendo muita falta nas estratégias brasileiras”
Como somos grandes vendedores e seremos o maior vendedor do mundo no agronegócio, seria bom entender fundamentos mínimos de marketing e de vendas. Vendas é persuasão e confiança um a um, (ministra Tereza, ex-ministros Blairo, Turra, Roberto Rodrigues, brasileiros que fazem isso pessoalmente) o levar nossas mercadorias ao mundo.
Marketing é construção de imagem, empatia, preferência, confiança, entrega efetiva de milhões para milhões. Representa trazer clientes. Populações consumidoras, milhões de habitantes para os nossos milhões de brasileiros. Comunicação. Propaganda. Publicidade. Sem dúvida a alma do negócio e do agronegócio também, e está fazendo muita falta nas estratégias brasileiras.
O Brasil é a maior união de todos os povos do mundo que aqui construíram um ativo de conhecimentos tropicais. Num produto brasileiro vai um pedacinho de cada povo deste planeta. Somos da amizade, da paz. E nosso meio ambiente é a maior moeda de troca viva do presente futuro da humanidade. Inteligência emocional brasileiros, leiam Daniel Goleman. Eu recomendo. Foco. Não queremos ganhar discussões, queremos vender hoje, amanhã, sempre e conquistar corações!
Fonte:Revista Horse/José Luiz Tejon, no Blog “Cabeça de Líder” / Foto:Reprodução