Vereadora afirma que ampla adesão em 2019 se consolidou no Carnaval 2020
Após a primeira edição em 2019 ter sido sucesso absoluto, a campanha “Meu Corpo não é Sua Fantasia” retornou no Carnaval de 2020 com o objetivo de levar para um número ainda maior de pessoas o alerta contra o assédio sexual e a violência contra a mulher. A avaliação é da vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, responsável pela campanha.
Como destaca Ireuda, “a iniciativa contou com ampla adesão e apoio dos foliões e de personalidades da mídia, que contribuíram para reforçar o grito em defesa da liberdade e do respeito”.
A vereadora cita dados oficiais que apontam para a ocorrência de uma mulher agredida a cada 56 minutos na Bahia. E, segundo a organização internacional ActionAid, 86% das brasileiras já sofreram assédio em público. Outra pesquisa, realizada em 2019, aponta que 97% das mulheres dizem já ter sofrido assédio sexual nos transportes público e privado no país, como completa.
“Essa grave situação pode se tornar ainda pior no Carnaval, quando há um grande contingente de pessoas nas ruas, em festas, e alguns limites e barreiras são perigosamente rompidos. São muito comuns os relatos de mulheres que dizem ter sido beijadas à força, recebido apalpadelas ou até passado por situações mais constrangedoras, ameaçadoras e violentas”, pontua Ireuda.
Disque 180
De acordo com a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, o Disque 180, as denúncias de assédio no Carnaval cresceram 90% nos últimos anos. “Isso demonstra o quanto vivemos em uma sociedade machista, em que as mulheres são tratadas como objetos disponíveis para satisfazer prazeres e vontades dos homens. O sentimento das vítimas é o que menos importa”, acrescentou a vereadora.
Como no ano passado, em 2020 a campanha percorreu os circuitos da folia momesca em Salvador, com camisetas, faixas, cartazes e panfletos, levando a mensagem de alerta, conscientização, sororidade e empoderamento. “Uma das armas mais eficazes para se combater o assédio é a solidariedade, tanto das próprias mulheres quanto dos homens. Quem presenciar casos do tipo precisa se sentir no dever de ajudar a vítima, que muitas vezes não está em condições psicológicas de tomar as providências necessárias”, defendeu Ireuda.