Ocorrência de raiva em animais do extremo sul reforça a necessidade da vacinação dos rebanhos contra a doença

A raiva é provocada por um vírus e é uma zoonose, isto é, doença que pode passar dos animais ao homem, com características agressivas geralmente atribuídas a cães e gatos, enquanto que os animais de grande porte (herbívoros) são atingidos com paralisia dos membros, com rápida evolução para óbito e em quaisquer espécies há comprometimento severo do sistema nervoso central. 

O PECRH (Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros) da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) tem atuado de forma intensiva no extremo sul da Bahia após a confirmação de nove casos positivos para a doença. Oito bovinos e um equíno foram vitimados pela raiva, nos últimos cinco meses, e os casos comunicados ao serviço veterinário oficial da Bahia que coletou as amostras para perícia laboratorial.

A notificação à ADAB é obrigatória e, após a confirmação das ocorrências recentes, a agência tem convocado os produtores de Medeiros Neto e Itanhém a imunizar os animais contra a raiva. “São vários os fatores que atraem a presença de morcegos hamatofágos, como a oferta de abrigos naturais e artificiais, ocupação desordenada que gera desequilíbrio ambiental e principalmente alimentos disponíveis, que são os animais”, explica o médico veterinário Joesley Ramalho. “Itanhém tem o segundo rebanho de bovinos da Bahia e esse fator, por si só, atrai a presença dos vetores da raiva”, complementa.

A Raiva dos Herbívoros é uma doença endêmica no Brasil, com ocorrência em todo o território nacional, com maior número de casos em locais cujos fatores favoreçam a alimentação dos vetores  Desmodus rotundus) com a consequente disseminação.
“Nesse momento que foram identificados casos é fundamental que  os produtores das  áreas próximas aos focos realizem a vacinação preventiva em seus rebanhos para conter a doença pois a atividade viral está presente .

*Vacinação preventiva*
A raiva é uma das mais importantes doenças de controle oficial,  seja pela possibilidade de atingir o homem, seja por provocar grandes prejuízos econômicos a atividade pecuária com a morte de animais”, ressalta o  Coordenador do Programa no Estado, Marcelo Sampaio.

A pandemia do Covid-19 tem prejudicado ações de campo através da visitação das equipes da ADAB em todas as propriedades do perímetro focal, porém, o acompanhamento dos casos tem sido realizado após a comunicação dos produtores aos escritórios da autarquia. “Em caso suspeito, nós devemos ser avisados imediatamente para que seja coletada amostra dos animais para o estudo epidemiológico e ações de controle da doença”, diz Joesley.

Para evitar riscos de contaminação, o coordenador do PECRH faz um alerta: “Todo  material biológico de animais suspeitos da doença só deve ser coletado por profissionais do serviço oficial ou autônomos que estejam devidamente protegidos mediante vacinação preventiva e comprovadamente imunizados por sorologia”, reforça Marcelo Sampaio.