“Minhas decisões quem toma sou eu”, afirma Major Denice

Candidata da ‘Coligação que Cuida de Gente’ (PT/PSB) à Prefeitura de Salvador, a Major Denice (PT) afirmou, em entrevista a um site local, na manhã desta terça-feira (13), que não será coadjuvante nas tomadas de decisão de sua gestão à frente da cidade. “De jeito nenhum serei poste. Minhas decisões partem de mim, quem toma sou eu, não vejo problemas em dizer ‘não’”, respondeu Denice, ao ser perguntada se divergiria do governo do estado em alguma ocasião

A Major Denice disse ainda que ouvirá opiniões do governador Rui Costa e do senador Jaques Wagner, pela liderança que ambos possuem e pelo trabalho que fizeram pela Bahia, mas terá autonomia total, como mostra sua biografia. “Ele [Rui] é um líder. Mas não há problemas em dizer ‘não’, porque a gente dialoga. No meu partido a gente constrói uma solução, não impõe”, concluiu Denice em entrevista, transmitida ao vivo nas redes sociais do portal. Na ocasião, ela também afirmou que, além de fazer diferente, faria mais do que a gestão atual pela capital baiana. A Major voltou a criticar a atenção básica de saúde, a falta de trabalho e renda para a população, além da mobilidade urbana problemática da cidade.

“A pandemia asseverou as desigualdades. Ficou muito claro como Salvador tem carência de espaços, de cuidados com a saúde. Nossos postos continuam sem médicos e é preciso nos preocupar com a prevenção. Eu avalio que essa perspectiva do emprego, trabalho e renda como prioridade. Trabalho é honra, legitimidade, de ter acesso a comprar um medicamento, por exemplo. Esse é um gargalo. A saúde pensada a partir da lógica da prevenção”, comentou ela, que anunciou que vai abrir uma policlínica no Complexo do Nordeste de Amaralina, localidade que visitou em carreata, nesta segunda-feira (12), ao lado de Rui e da vice-prefeita da chapa, Fabíola Mansur.

Já a questão da renda dos soteropolitanos, Denice pretende resolver profissionalizando pessoas que trabalham de um jeito independente, por meio do programa ‘Meu Corre Certo’. “Salvador não tem vocação para ser uma cidade industrial. Cada lugar em que você anda tem alguém exercendo esse potencial criativo que o nosso povo tem. Nós apelidamos isso de economia criativa. Que é nada mais que trazer um grau de profissionalização. Vamos dar crédito, dinheiro mesmo, com assessoria técnica, a essas pessoas. Porque se a gente profissionaliza e tira da formalidade, teremos trabalho com renda”, analisou a candidata.

A petista voltou a criticar a questão do transporte na capital, e disse que não adianta resolver uma coisa, sem pensar nas outras. “Trabalho e renda, saúde e mobilidade urbana moderna, mais digna, e um transporte coletivo que dê às pessoas a fluidez que precisamos. Educação com creches e escola em tempo integral. Tudo isso está conectado, porque o ser humano não é partido, subdividido, ele é uma engrenagem integral”, destacou.

Questionada sobre a segurança pública e as mortes em decorrência de ações policiais, a candidata da ‘Coligação que Cuida de Gente’ defendeu que a corporação militar, assim como a sociedade, também está “basilada em uma estrutura racista” e que os policiais que, dentro do exercício da função, optam por deixar a técnica de lado devem ser responsabilizados.

“Essas pessoas devem ser responsabilizadas, sim. Mas são 33 mil policiais militares honestos, não é justo responsabilizar toda a corporação. As pessoas precisam ser profissionais, humanistas e é assim que elas precisam agir”, disse, ao reforçar que, em sua gestão, implementará a Guarda Municipal Cidadã, que vai tratar a população com respeito e cuidado.

Foto: Jonas Santos