[Opinião] O fator Neto

Por Tiago Queiróz*

As eleições municipais em Salvador esse ano está recheada de atores. À direita ou à esquerda, na majoritária ou na proporcional, não faltam candidatos ao Olimpo eleitoral. Entretanto, um ator em especial mesmo não estando diretamente na disputa, tem o pleito de novembro como decisivo para as suas pretensões: o atual prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas (DEM), ACM Neto.


Postulante natural a sucessão do governador Rui Costa em 2022, Neto vai mensurar através da eleição do candidato do seu grupo político, Bruno Reis, o quão robusto (ou não) está o seu capital político. Uma vitória acachapante de Bruno, assim como fora a sua vitória em 2016 com 74% dos votos, pode lhe conferir a musculatura política necessária para a disputa de daqui a dois anos.


Apesar das últimas pesquisas recém divulgadas mostrarem uma ampla vantagem de Reis em relação aos demais concorrentes, sobretudo da candidata petista, os números ainda não garante que a fatura será liquidada no 1º primeiro turno. É de conhecimento do prefeito que se por um lado ele goza da aprovação de 73% dos soteropolitanos, no front oposicionista existe o governador Rui Costa com uma aprovação de 68% de aprovação da população da cidade e que tem vestido de fato a camisa da sua candidata. A necessidade de garantir a vitória de Bruno Reis ainda no primeiro turno é consenso dentro do grupo de ACM Neto, uma vez que, um eventual 2º turno se configuraria em “uma” nova eleição, mesmo levando-se em consideração as particularidades de uma eleição municipal.


O fato é que a disputa do próximo dia 15 pode ser decisiva para a projeção do tabuleiro político de 2022. As cartas estão na mesa e as urnas podem reservar surpresas, “ou não”, como diz Caetano Veloso.

*Tiago Queiróz é jornalista