Comitiva estrangeira visita o Oeste da Bahia e conhece as potencialidades do agronegócio regional

Uma comitiva composta por cônsules e embaixadores de países da África, Europa, Américas do Norte e Central, Oceania e Ásia participaram da 6ª edição do programa de intercâmbio AgroBrazil, que começou no último dia 05, na Fazenda Modelo Paulo Mizote (Formação técnica-profissional), em Barreiras, e teve término dia, 08 em uma fazenda de gado de corte no município de Santa Rita de Cássia, Oeste da Bahia.

Patrocinado pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o programa de intercâmbio AgroBrazil teve por objetivo mostrar exemplos da sustentabilidade do campo brasileiro com foco na produção de grãos, fibras, frutas, aves e pecuária de corte. O grupo visitou propriedades em Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Santa Rita de Cássia.

No roteiro de visitas esteve a empresa Mauricéia Alimentos em Luís Eduardo Magalhães onde acompanharam o abate de frangos e posteriormente estiveram na algodoeira Ubahia, na qual viram como é feito o beneficiamento do algodão. Seguindo a agenda, a comitiva esteve no Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães e na Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia (Cooperfarms) e conheceram de perto dois exemplos de associativismo que deu certo.

Em Barreiras os consulês e embaixadores estiveram na sede da Frutas Mariinha (Produção de Mamão e Maracujá) e na fazenda Santa Helena (Produção de Banana), e parabenizaram os produtores pelo profissionalismo empregado em seus empreendimentos.

O dia 07 foi reservado para conhecer a sede da Sementes Oilema, que produz e comercializa sementes de soja em todo o Matopiba, região agrícola que engloba os estado do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O grupo aprendeu sobre as tecnologias empregadas na produção, além de se inteirar sobre as diversas variedades da oleaginosa comercializadas pela Oilema.

Na sequência a comitiva acompanhou uma colheita mecanizada de algodão na Fazenda Orquídea da Agrícola Schmitd, no Anel da Soja e ficaram encantados com a produtividade e qualidade do algodão produzido no Oeste da Bahia.

O último dia do roteiro na região foi fechado com chave de ouro com uma visita na Fazenda Ipê, de propriedade do Grupo Ipê, localizada no município de Santa Rita de Cássia.

Totalmente sustentável, a Fazenda Ipê produz toda a energia necessária para o funcionamento das atividades e fecha toda a cadeia produtiva, do campo a gôndola do supermercado. Com 3,8 mil hectares de pastagens num total de 12 mil hectares de área, a fazenda abate em frigorífico próprio 10 mil cabeças de gado por ano.

A terra da fazenda foi adquirida em 2007 e desde já foi planejada em cima de cinco pilares: sustentabilidade, sanidade, nutrição, manejo e genética. O forte do Grupo Ipê é a produção sustentável dos gados Nelore e cruzamentos entre esta raça zebuína e Angus.

Quanto a energia necessária, Stefan Zembrod, dono a Fazenda Ipê disse que obtém através de biodiesel proveniente do esmagamento do caroço de algodão. O resíduo resultante do processo é usado na ração fornecida ao gado.

“Nós fazemos o reaproveitamento de tudo que produzimos na fazenda. Somos autossuficientes em combustível. Todas as nossas máquinas e tratores são abastecidos pelo combustível produzidos por nós, assim como a energia que utilizamos para a sede e para tocar a usina onde fazemos o beneficiamento do caroço de algodão de onde sai o óleo para o biodiesel e o óleo decopado, utilizado como fixador nas pulverizações de defensivos agrícolas”, explicou Zembrod.

Stefan comentou que atualmente a fazenda tem capacidade de armazenamento para 400 mil litros de biodiesel, suficiente para produzir 20 megawatts de energia.

Além da autossuficiência energética, o produtor trabalha com rotação do pasto para respeitar o crescimento de cada tipo de capim e confinamento fechado na recria e engorda. Zembrod ressaltou que a propriedade segue todo o protocolo do Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Bovina e Bubalina) e é uma das três propriedades do estado que tem o S.I.F (Serviço de Inspeção Federal), que atesta a qualidade da carne para comercialização.

Tendo por objetivo utilizar economicamente cada metro da fazenda, o produtor aproveitou as Áreas de Preservação Permanente (APP) e reserva legal que correspondem a 2,7 mil hectares da propriedade para investir em apicultura.

“É uma área que tem uma florada muito boa. Neste primeiro momento instalamos mil caixas de abelhas que além de ajudar na polinização vão produzir mel. Ano que vem pretendo implantar mais mil caixas e produzir 140 toneladas de mel”.

O Grupo Ipê ainda está com um projeto de implantação de uma franquia de carnes, a Ipê Foods, com 40 tipos de cortes finos, retirados dos animais produzidos na Fazenda.

Fonte: Jornal Nova Fronteira