A Petrobras decidiu esperar antes de decidir por reajustes nos preços da gasolina e do diesel. A avaliação na empresa é que o mercado ainda está muito volátil e que é preciso entender para onde vão as cotações internacionais, que subiram 13% nesta segunda (16).
Foi a maior alta diária desde o fim de 2008, em resposta a corte recorde na produção mundial após ataques a instalações petrolíferas na Arábia Saudita, que tirou do mercado uma capacidade equivalente a 5,7 milhões de barris por dia, ou 5% da oferta global.
A estatal não se manifestou oficialmente sobre o tema, mas a reportagem apurou que a direção da empresa decidiu não acompanhar o movimento diário das cotações internacionais no primeiro dia útil após os ataques, já que os preços podem ceder nos próximos dias.
A política de preços da companhia prevê acompanhar as cotações internacionais, com base em um conceito conhecido como paridade de importação –que simula quanto custaria para trazer combustíveis ao mercado interno. Embora não haja prazos mínimos entre reajustes, a estatal vem fazendo ajustes em períodos mais estendidos do que durante o governo Michel Temer, quando as mudanças chegaram a ser diárias. Essa política gerou insatisfações que culminaram com a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018.
O último reajuste no preço da gasolina foi anunciado no dia 5 de setembro. Já o preço do diesel subiu duas vezes este mês: no dia 5 e na sexta (13).
Para analistas, a crise atual é um teste para a autonomia da Petrobras em alterar os preços dos combustíveis, já questionada em outros momentos –em abril, o presidente Jair Bolsonaro determinou suspensão de aumento do óleo diesel alegando risco de greve dos caminhoneiros.
Em relatórios, analistas dos bancos UBS e Banco do Brasil Investimentos lembraram que fatores externos têm influenciado nas decisões da companhia e que novas intervenções podem prejudicar o processo de venda de refinarias.
O controle de preços, dizem analistas, prejudica a competição e pode desvalorizar os ativos. O plano de negócios da Petrobras prevê a venda de oito de suas 13 refinarias.
Fonte: BNews