Com dramaturgia e direção de Fabrício Brito, montagem é uma produção do grupo de arte popular A Pombagem
Festa de Reis e região que guarda as memórias da Independência do Brasil na Bahia. É no Largo da Lapinha que se inicia as comemorações ao Dois de Julho – desfile cívico mais importante do estado e inspiração dramatúrgica para o espetáculo O Museu é a Rua, do grupo A Pombagem. Em uma homenagem aos caboclos e caboclas, ícones populares desta lutas, a montagem será transmitida virtualmente na página do facebook do projeto no dia 17 de abril, a partir das 14h.
Ao ocupar o entorno da Capela da Lapinha, onde está o Busto a Labatut, militar francês que comandou os confrontos da Guerra de Independência do Brasil em Salvador, O Museu é a Rua traz um diálogo entre teatro de rua e educação patrimonial. Um espetáculo cênico, educativo, patrimonial, que se debruça criticamente sobre o patrimônio, ora valorizando, ora problematizando.
Em O Museu é a Rua, o espetáculo se transforma em exposição e o público em visitante. O local da apresentação vira uma galeria de arte em que o monumento é a obra que dispara o discurso. O projeto conta ainda com uma exposição de fotografias que retratam o nosso patrimônio cultural.
Em seguida a apresentação, às 19h, ocorre uma roda de conversa com transmissão ao vivo pelo Instagram do grupo A Pombagem com Eduardo Duwal e Giselle Motta, ambos da CHAP – Companhia Horizontal de Arte Pública (Rio de Janeiro/RJ). Com mediação do pombo Jansen Nascimento, o bate-papo girará sobre teatro de rua, patrimônio, samba e demais manifestações da cultura popular.
Dramaturgia
Com dramaturgia de Fabricio Brito, o espetáculo O Museu é a Rua é alterado a cada apresentação, pois o monumento é o que a inspira. É uma montagem que aciona três expressões da cultura: arte, educação e patrimônio, este como expressão ligada à memória. Através da educação patrimonial, O Museu é a Rua busca combater as tecnologias que estruturam as relações sociais e as tecnologias de manutenção do poder.
Por conta da pandemia, o espetáculo foi gravado em cada praça sem interação e aproximação física com passantes e moradores locais, com exibição virtual através da fanpage do projeto O Museu é a Rua, uma ocupação artística pelo tecido urbano de Salvador.
Para encerrar seu desfile artístico, O Museu é a Rua vai a herma do escritor, jornalista, advogado e poeta preto Luiz Gama, no Largo do Tanque, no dia 24 de abril, para recitar seus versos e Trovas Burlescas, festejar a importância deste para o povo preto e sua libertação.
O projeto é contemplado pelo Prêmio Jaime Sodré de Patrimônio Cultural, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
Foto-Hércules-Bressy