Ao debater a existência do corpo negro através das lutas, perdas e resistências cotidianas a obra levanta os limites do rompimento com a colinialidade
A perfomer, feminista negra, produtora cultural e artista interdisciplinar, Sanara Rocha, estreia a performance A Mulher Sem Cabeça, uma ficção futurista e audiovisual, que integra o projeto Futurismos Ladino Amefricanas (F.L.A), dia 20 de abril, no Youtube oficial da plataforma (https://www.youtube.com/channel/UCjB8_JAp-F8hyvkwvRUVeog).
Estrelada pela multiartista, a apresentação é uma fábula em realismo fantástico que se apoia na linguagem da performance audiovisual para contar uma história ficcional-autobiográfica. Na trama, o alter-ego de Sanara busca meios de romper com os limites e violências psíquicas impostas pela colonialidade para um corpo negro-feminino, através de tecnologias e saberes ancestrais que lhe dão o sustento para experimentar novos processos de reinvenções de si.
Ao levantar as mortes, perdas, buscas e encontros cotidianos da multi-artista frente a sociedade brasileira que é fortemente machista e racista, a obra traz a história de uma mulher que ao acordar um dia sem cabeça, decide procurar meios fantásticos para reinventá-la e reinventar a si mesma, carregando um título que também diz desse rosto negro-feminino que a performer sustenta sobre seus ombros.
O projeto é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Matos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
Foto por Karol Machado