O preço da cebola na Bahia teve um aumento de 100,7% entre agosto de 2018 e julho deste ano, segundo dados divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do estado (SEI).
O estado é o segundo maior produtor de cebola do Brasil, e fica atrás apenas de Santa Catarina. Um dos fatores dessa excelente posição é a qualidade da hortaliça, que, segundo a SEI foi prejudicada pelo excesso de chuvas no primeiro semestre de 2019.
De acordo com a superintendência, o problema gerou o aumento no preço, somado ao crescimento da incidência de fungos e bactérias na produção da planta, que impactou nas vendas quando somado ao alto índice de descarte.
Além do aumento do valor do produto Brasileiro, o problema levou também à intensificação na importação de cebola chilena e argentina para suprir a baixa oferta interna.
Com a alta dos preços, em Salvador, o percentual teve maior elevação com 49,2% em julho de 2019, se comparado a junho do ano passado, quando registrava 7,8%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
No mesmo período do ano passado, o preço da hortaliça teve queda de 33,8%, em virtude do significativo aumento da produção na microrregião de Juazeiro, fazendo crescer a oferta e pressionando os preços para baixo.
Expectativas
Levantamentos feitos pela Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia (Seagri) apontam para uma redução nos preços cotados no fim do mês de agosto, porém, ainda distante dos preços verificados no mês de junho de 2019, segundo a SEI.
Até o dia 9 de agosto, na cidade de Juazeiro, o preço da saca de 20 kg estava custando R$ 85. No mês de julho, em média, o preço da mesma saca passou a custar R$ 74,52. Quando comparado com o mês de junho, a diferença ainda é maior, pois o preço médio da saca fechou em R$ 45,31. Já no dia 30 de agosto (último dia das cotações) o preço da saca caiu, sendo cotada a R$ 75,45, queda de -11,2% em relação ao dia 9 do mês e análise.
O mesmo ocorreu em Salvador, que, em 9 de agosto, tinha o preço da saca de 20 kg custando R$ 80, ao passo que no mês de julho a mesma saca custava, em média, R$ 64,76, passando a custar R$ 44,38 do mês de junho. Entretanto, no dia 30 de agosto o preço médio da saca foi cotado a R$ 69,91, redução de -12,6% em relação ao período de 9 de agosto.
Já em Irecê, principal polo produtor de cebola da Bahia, em 9 de agosto as cotações feitas pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) nas primeiras semanas do mês apresentaram sacas de 20 kg com valor de R$ 75, contra R$ 57,86 na média do mês de julho e de R$ 25,31 na média de junho. No total, em agosto ocorreu uma redução pouco expressiva no valor da saca, que chegou a R$ 74,32 (-0,9%).
O coordenador de pesquisa de preço ao consumidor, Denílson Lima, da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia ressaltou que “a expectativa é de que a regularização do mercado com a cebola baiana só se efetive entre o final do mês de outubro e início de novembro, porque agora a preocupação dos produtores baianos é apenas recuperar os prejuízos causados em 2019”.
Fonte: G1