A bailarina e atriz Ana Paula Bouzas assumirá a direção artística do Balé Teatro Castro Alves (BTCA), corpo artístico estável do Teatro Castro Alves (TCA), vinculado à Fundação Cultural do Estado Funceb) e à Secretaria de Cultura do Estado (Secult). Ela integrou o elenco da companhia oficial de dança da Bahia entre 1989 e 1990 e, no final do ano passado, assinou a coreografia do filme “Abraço no Tempo”. A artista substitui Wanderley Meira, que estava no cargo desde abril de 2019, e deixa uma bela trajetória de realizações no corpo artístico do Teatro Castro Alves, também vivendo os desafios criativos impostos pela pandemia da Covid-19.
Nascida em Salvador, Ana Paula tem mais de 30 anos de carreira. Além de bailarina, atriz e coreógrafa, atua como diretora cênica, diretora de movimento e preparadora de elenco em teatro, dança, cinema e televisão. Tem licenciatura em Dança e pós-graduação em Preparação Corporal em Artes Cênicas pela Faculdade Angel Vianna (RJ). Desenvolve, como bailarina, pesquisa como artista solo, criando diversos trabalhos apresentados em eventos de dança e teatro no Brasil e em vários países.
Para Bouzas, neste convite, a emoção é tão grande quanto a responsabilidade. “Sinto com isso, antes de tudo, uma oportunidade de colaborar com o pensar agora sobre o território rico e profundo que é o BTCA, de histórias plurais, memórias tantas e sonhos diversos e resistentes. Atualizar essas conexões e contextualizá-las no momento presente, na Bahia de hoje, no Brasil de 2021 talvez seja uma das nossas tarefas”, afirma sobre o trabalho que pretende desenvolver à frente do Balé.
Trajetória
Bouzas coleciona diversos prêmios, dentre eles o APTR, da Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro, de melhor atriz coadjuvante (2008) pelo espetáculo “Dona Flor e seus dois maridos”, o Prêmio Dança Tápias 2007 de melhor intérprete pelo solo “Do lugar de onde estou já fui embora”, o Prêmio Copene 1999 de melhor atriz em “Idiotas que falam outra língua”, melhor atriz no curta-metragem “Adela” e o prêmio Mostra de vídeo Off.
Ela assinou a preparação corporal, direção de movimento, coreografia e assistência de direção de diversos projetos, como “O frenético dancin’ days” (Deborah Colker), “Perdas e ganhos” (Beth Goulart), “L, o musical” (Sergio Maggio), “S’imbora – Simonal, o musical” (Pedro Brício), “Namíbia, não” (Lázaro Ramos), “Dona Flor e seus dois maridos” (Pedro Vasconcelos), “Por isso fui embora” (Regis Faria), “Cassia Eller – o musical” (João Fonseca e Vinicius Arneiro), “A ver estrelas” (João Falcão), “Os Cafajestes” (Fernando Guerreiro) e “Não olhe para baixo, você vai querer pular” (Duda Ribeiro).
Dos espetáculos que participou como atriz em teatro, destacam-se “Inferno” e “Carmen, de Cervantes” (Fábio Espírito Santo), “Dona Flor e seus dois maridos” (Pedro Vasconcelos), “Esfíncter”, “Fluxo” e “A lua que me instrua” (Ana Kfouri – CTM), “Arlequim, servidor de dois patrões” (Luís Arthur Nunes), “Um pelo outro” (André Paes Leme), “Divinas palavras” (Nehle Franke), “Cuida bem de mim” (Luiz Marfuz) e “Idiotas que falam outra língua” e “Carne fraca” (Fernando Guerreiro).
Na televisão, Ana Paula atuou em novelas, especiais e minisséries da TV Globo, como “Sob pressão”, “Malhação”, “Dupla identidade”, “Saramandaia”, “Cheias de charme”, “Escrito nas estrelas”, “Cena aberta”, “Perigosas peruas” e “O sorriso do lagarto”, além da minissérie “Opora, França e Bahia” (TV Ceará, e do programa educativo “Tecendo o saber” (canais Globo e Futura).
No cinema, participou de curta-metragem “Adela” (Elisio Lopes Jr.) e dos longas “Marighella” (Wagner Moura), “Urubus” (Claudio Borrelli), “Medida provisória” (Lázaro Ramos), “Pixinguinha” (Denise Sarraceni), “Dona Flor e seus dois maridos” (Pedro Vasconcelos), “Cilada.com” (José Alvarenga), “Malu de bicicleta” (Flavio Tambelini), do episódio “Diário de um convento” (Edyala Iglesias) do filme “Histórias da Bahia” e do documentário “Legítima defesa” (Susanna Lira).
Foto: Fábio Bouzas