Capacitar profissionais de saúde de municípios do interior do estado para que possam identificar precocemente doenças do fígado em crianças e, em seguida, poder encaminha-las para tratamento. Este é o principal objetivo do projeto Alerta Amarelo, uma iniciativa da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, em parceira com o Telessaúde Bahia.
Desde o início do projeto, foram realizados contatos diretos com gestores de secretarias de saúde de 115 municípios e webinars de apresentação. À frente da iniciativa, estão profissionais de saúde do Martagão Gesteira, unidade própria da Liga Álvaro Bahia, e do Hospital Estadual da Criança (HEC), unidade da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), gerida pela entidade.
O Alerta Amarelo foi desenvolvido como uma proposta de telemonitoramento das icterícias colestáticas em todo o estado, no intuito de identificar precocemente casos de atresia de vias biliares (uma doença do fígado e ductos biliares que ocorre em recém-nascidos), a principal causa de transplante hepático pediátrico no Brasil e no mundo.
Icterícia é a coloração amarelada da pele e dos olhos. “É uma manifestação clínica frequente nos recém-nascidos. Porém, quando permanece por mais de 14 dias de vida precisa ser investigada”, detalha a Enfermeira Navegadora Monalliza Gama. Com o projeto, foram criados protocolos no Martagão e no HEC para identificar atresia de vias biliares.
Através do serviço, é ofertada a capacitação de profissionais da rede de Atenção Primária à Saúde (APS) para a identificação e encaminhamento em tempo hábil dos casos, visto que o melhor período para o tratamento cirúrgico é dentro dos primeiros dois meses de vida, evitando ou postergando a necessidade de transplante hepático.
Contempla ainda a navegação de pacientes, técnica na qual uma enfermeira navegadora acompanha todas as etapas do cuidado, com o intuito de agilizar o diagnóstico e o início do tratamento.
“Todo o processo traz o benefício da aproximação de profissionais da Atenção Primária à Saúde aos centros especializados, com o apoio da navegação e de especialistas do Hospital Martagão Gesteira e Hospital Estadual da Criança na transposição das barreiras ao acesso ao cuidado e articulações em prol da resolutividade dos casos, conferindo um melhor prognóstico e qualidade de vida para estes pacientes”, ressalta Gama.