O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta terça-feira (27) que o intervalo para aplicação das doses da Pfizer só será reduzido após toda a população adulta receber ao menos a primeira vacina contra a Covid-19.
“A nossa expectativa é atingir essa população acima de 18 anos, vacinada, até o final de agosto, começo de setembro. A partir daí nós vamos discutir a redução do intervalo da dose da Pfizer, assim a gente avançaria com a D2 (segunda dose) em um número maior de pacientes”, disse Queiroga.
Com a medida, o intervalo entre as doses da Pfizer deve passar de cerca de três meses para 21 dias, como é sugerido na bula do imunizante.
Queiroga confirmou a intenção de reduzir o intervalo entre as doses da Pfizer à coluna Mônica Bergamo na segunda (26). No mesmo dia, o secretário-executivo da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que era dada como certa a decisão e que a pasta apenas avaliava qual o momento de orientar a mudança.
O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) reagiu às declarações da Saúde, e pediu que a mudança fosse feita apenas em setembro. Os secretários de estados e municípios chegaram a um acordo nesta terça com Queiroga para empurrar a decisão para depois da entrega da primeira dose a todos os adultos.
O ministro afirmou que as alterações de intervalos entre as doses serão tomadas com base em pareceres técnicos e aval de secretários de estados e municípios.
O ministro disse na segunda que inicialmente optou-se por um intervalo mais espaçado, pois havia o desejo de ampliar a aplicação da primeira dose. Com o maior número de doses da Pfizer chegando ao país, foi então possível reduzir esse intervalo.
O governo também avalia a redução do intervalo entre as doses da AstraZeneca, atualmente em 90 dias, como sugere a bula, mas o ministro já disse que não há “segurança de evidência científica” de que a mudança trará maior eficácia no programa de vacinação.
Em nota conjunta divulgada nesta terça, Ministério da Saúde, Conass e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) reforçaram que somente após a distribuição da 1ª dose a todos os adultos será analisada a redução do intervalo entre as vacinas.
Os gestores do SUS também disseram, no documento, que serão incluídos na campanha de vacinação os adolescentes de 12 a 17 anos, com prioridade para aqueles com comorbidades. Essa mudança também só será feita após a entrega das vacinas aos adultos.
O ministério decidiu ampliar o prazo entre as doses da Pfizer em maio, na tentativa de acelerar a vacinação. A medida seguiu experiência adotada também em outros países.
“Estados e municípios devem seguir, rigorosamente, as definições do Programa Nacional de Imunizações (PNI) quanto aos intervalos entre as doses e demais recomendações técnicas, sob pena de responsabilidade futura. O sucesso da vacinação depende da atuação sinérgica, harmônica e solidária entre os níveis federal, estadual e municipal, além da colaboração imprescindível da sociedade civil e dos meios de comunicação”, afirma a nota conjunta do ministério e dos representantes de estados e municípios.
No total, o Ministério da Saúde comprou 200 milhões de doses da Pfizer. Até 1º de agosto já terão sido entregues, no total, 30 milhões de doses. Em agosto e setembro devem ser disponibilizadas outras 70 milhões. E de outubro a dezembro, as 100 milhões de doses restantes.
Folhapress