Natura Musical e FazCultura apresentam o ajuntamento musical baiano CABOKAJI

Durante os meses de setembro e outubro ocorre turnê em Salvador, Aracaju, Olinda e Maceió, e lançam três videoclipes e um mini doc

O ajuntamento musical baiano Cabokaji, formado pelos músicos performers Caboclo de Cobre, Ejogbo Oni, ISSA e Mayale Pitanga, anuncia ao público o projeto Original Caboks, que conta com patrocínio do Natura Musical e do Governo do Estado da Bahia – através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda. O projeto, que conta com o lançamento do primeiro álbum inédito do grupo – com título a ser definido – e uma turnê por 04 estados nordestinos caboclos – Salvador (BA), Aracaju (SE), Olinda (PE)e Maceió (AL), se inicia com as vivências Cabokaji em Tos’nese, que ocorre desde o dia 20 de julho até 10 de agosto, com as aldeias Xucurus-Kariris e Fulni-ô, em Salvador (BA) e Águas Belas (PE).

Com uma produção musical contemporânea calcada em ritmos eletrônicos e um discurso pautado no “sorriso como ferramenta política e a dança como processo de cura”, Original Caboks é resultado do caminho já percorrido em dois anos desde sua criação e das vivências e contatos com ajuntamentos indígenas. Como flecha lançada, que rasga o sopro do tempo para nos relembrar, Cabokaji busca valoriza a luta dos ancestrais negros e indígenas que o possibilita estar aqui, no agora.

“A música propõe debates pertinentes, que impactam positivamente na construção de um mundo melhor. Acreditamos que os projetos selecionados pelo edital Natura Musical podem contribuir para a construção de um futuro mais bonito, cada vez mais plural, inclusivo e sustentável”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding. 

Movidos pela necessidade de pautar a herança dos povos originários e com um olhar de reparação social, patrimonial, histórica e ambiental, Cabokaji antecipa que o álbum busca libertar os corpos através da dança e a mente através dos sorrisos, com uma exaltação das belezas afro-indígenas e inspiradas no universo do candomblé caboclo, dance hall, piseiro ou pisadinha, groove arrastado, guitarradas, funk, brega funk, côco, rock, adornados com timbres de ritmos de manifestações nordestinas como o baião, maracatu, toré, rojão e na cultura soteropolitana.

Ao unir as potências e habilidades individuais de quem acredita na mensagem passada por diferentes timbres e misturas, em um som que apresenta a história mais adiante no tempo, rumo ao futuro, o projeto conta ainda com o lançamento de três videoclipes entre setembro e outubro de 2021, cada um deles lançado em uma das cidade da turnê. O conceito poético dessas produções passa pela ritualística- visualidade-costumes, reverência e valorização das mulheres indígenas e a desmistificação dos povos originários enquanto indivíduos que estão à margem dos recursos tecnológicos e da geração de conhecimento.

Outro produto que integra o projeto é um curta experimental, documento do processo de construção dos shows, videoclipes e até mesmo do próprio minidoc, como recurso-memória neste resgate à ancestralidade afro-ameríndia, startada por insatisfações com o sistema capitalista estéril e racista que distancia o povo brasileiro de sua verdadeira história. Além disso, o projeto propõe a revitalização da Rádio Educativa Cultural Fulni-ô FM, que abriga o maior acervo do “Ia-Tê”, língua original da Aldeia Fulni ô.

O Cabokaji foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia (FazCultura), ao lado de Nara Couto, Mestre Aurino de Maracangalha, Mahal Pita e Mercado Iaô, por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para 58 projetos de música até 2020, como Margareth Menezes, Jadsa, Mateus Aleluia e Ilê Ayê. 

Foto:Tamires Almeida