Literatura de cordel é ferramenta de aprendizado em escola da rede municipal de Salvador

Visando incentivar a leitura e estimular o interesse pela cultura, a Escola Municipal Manoel Francisco do Nascimento Brito (GRE Cabula) adotou a literatura de cordel como recurso pedagógico. Uma sacada do professor de Literatura, Sérgio Ricardo Santos da Silva, que em 2014, ao tomar posse como professor da rede, começou a desenvolver projetos educativos através do cordel com as turmas do Ensino Fundamental I.

Esse trabalho já vem sendo desenvolvido pelo professor, mais conhecido como Sérgio Bahialista, há 16 anos em ONGs e projetos sociais em Sussuarana, bairro onde mora. “A literatura de cordel faz parte da cultura popular brasileira nordestina. Temos estudantes na rede pública oriundos de famílias que deixaram as cidades do interior da Bahia para tentar a vida na capital. Este é o principal objetivo de trabalhar com nossos alunos, aproximá-los dos seus laços culturais”, explica o professor, que é autor do livro Cordel e a Pedagogia do Encantamento, da Editora Clube de Autores.

Em 2017, a escola participou de um concurso, realizado pelo Centro de Estudos e Assessoria Pedagógica, quando houve a apresentação de um projeto contando a história da comunidade. “Concorremos ao prêmio (Ceap) de Educação e ganhamos em segundo lugar, foi muito gratificante”, conta Bahialista.

Segundo o professor, os alunos têm dado um bom retorno no aprendizado. “A recepção é positiva, eles brincam com a sonoridade, o ritmo das palavras e as rimas. Costumo dizer que o cordel é o professor folheto, que ensina muito bem divisão silábica”, afirma.

A dinâmica utilizada durante as aulas são musicais e fazem também uso de livros de contos e causos nordestinos. “Eles são envolvidos na riqueza das melodias e transferem isso para a construção do livreto. Espero que eles tenham orgulho da identidade nordestina deles, que se tornem leitores, admiradores e escritores dessa literatura cordelista e que aprendam a escrever e ler cada vez mais”, finaliza.