Nove mulheres foram homenageadas, nesta quarta-feira (9/10), na segunda edição do Prêmio Mulheres do Agro, realizado durante o 4º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que reúne quase duas mil participantes, em São Paulo (SP). A premiação reconhece a excelência da gestão feminina nas propriedade rurais.
Comparando com a primeira edição, em 2018, o número de inscrições cresceu 300%, diz Cecília Melo, gerente de Lançamentos em Proteção de Cultivos da Bayer, uma das organizadoras da iniciativa junto a Elanco, do setor de saúde animal, e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Os prêmios, além de um troféu, são viagens à Brasília e São Paulo, e um mini tablet com conteúdo sobre gestão, boas práticas e sustentabilidade
“As vencedoras se destacaram por ações inovadoras, como uso sustentável de recursos naturais, desenvolvimento social da comunidade e de seus colaboradores, boas práticas agropecuárias, utilização de tecnologias no campo, bem-estar animal, entre outros quesitos”, explica Cecília Melo.
Na categoria Grande Propriedade, a vencedora foi Carla Sanches Rossato, de Sertanópolis (PR). Em segundo lugar, Beatriz Vilela Pacheco, de Boa Esperança (MG) e, em terceiro, Téia Fava, de Bara do Garças (MT).
Na categoria média propriedade, o primeiro lugar foi para Vivian de Freitas Machado Oliveira, de Araguaína (TO), seguida por Luciane Rheinheimer, de Carazinho (RS) e por Marinez Ana Bortolanza Croda, de Matelândia (RS).
Na categoria pequena propriedade, a vencedora foi Ivanda Maria Winter Heck, de Missal (PR). O segundo lugar ficou com Lidiane dos Santos da Silva, de Viamão (RS) e o terceiro com Gabriela Gruisen Breg, de Holambra (SP).
Filha de produtores rurais Ivanda Heck exerceu o cargo de professora da rede pública e chegou a ser secretária de Educação do município de Missal, no Paraná. Depois de uma estiagem intensa em sua fazenda, conduzida majoritariamente pelo marido, eles decidiram expandir a atuação, com o apoio da Cooperativa LAR.
Ivana assumiu a administração. Estudou gestão rural e educação financeira, e atualmente, a Granja Nossa Senhora de Fátima trabalha com soja, milho, pecuária bovina, suínos e aves de postura em 19,6 hectares de área produtiva. “Toda a área própria de produção de grãos é fertirrigada com os dejetos dos suínos e adubada com o das aves de postura, gerando uma economia de insumos externos”, ressalta a pequena produtora paranaense.
Em Viamão, no Rio Grande do Sul, Lidiane dos Santos conduz um negócio que ainda é, segundo ela, majoritariamente administrado por homens: a hidroponia. Viúva há três anos, a empresária precisou assumir a frente da Acqua Hidroponia “do dia para a noite” e se viu questionada sobre sua capacidade de gestão, inclusive pelos seus colaboradores.
“Hoje, passados três anos, é bonito de ver os funcionários orgulhosos do que a empresa se tornou”, relata Lidiane, ao dizer que seu negócio é referência no Brasil, com 27 funcionários, 22 estufas e atendendo a um mercado seletivo da grande Porto Alegre.
O Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio reuniu representantes do meio rural de pelo menos 23 estados brasileiros, de acordo com os organizadores.