Algumas pessoas acreditam que os pulmões não demoram muito dos estragos feitos pelo cigarro após parar de fumar e também há quem acredite que consumir poucos cigarros por dia não é tão prejudicial ao órgão. Uma nova revisão de estudos publicada no The Lancet mostra que não é bem assim. A pesquisa concluiu que a redução na função pulmonar (quantidade de ar que alguém consegue inspirar e expirar, que diminui naturalmente após os 20 anos de idade) de um ex-fumante é muito menor do que a de alguém que fuma até cinco cigarros por dia. Porém, é maior e pode levar até 30 anos para se igualar a de uma pessoa que nunca fumou.
“As diferenças anatômicas dos pulmões e atividades dos genes alteradas por causa do cigarro persistem por anos após o abandono do hábito”, alerta Elizabeth Oelsner, uma das autoras do estudo e professora de medicina da Universidade Columbia (EUA).
Como foi feito o estudo
Os cientistas avaliaram 25.352 pessoas com idade entre 17 e 93 anos, que participaram de seis estudos populacionais e fizeram ao menos duas espirometrias (exame que mede capacidade do pulmão) entre 1983 e 2014.
Eles descobriram que, em média, o declínio da função pulmonar de uma pessoa na meia-idade que nunca fumou é de 31,01 mL/ano. Já a de um ex-fumante é de 34,97 mL/ano e a de quem fuma é de 39,92 mL/ano.
Após ajustes dos dados, eles concluíram que é possível afirmar que a uma aceleração na redução da capacidade pulmonar de um ex-fumante de 1,82 mL/ano, em comparação a quem nunca fumou. Já entre os fumantes, aceleração na perda de capacidade pulmonar de um ex-fumante de 1,82 mL/ano, em comparação a quem nunca fumou.
Já entre os fumantes, aceleração na perda de capacidade pulmonar de quem consome cinco ou menos cigarros por dia é de 7,65 mL/ano; e a de quem fuma mais 30 cigarros por dia de 11,24 mL/ano