O Vitória perdeu mais uma chance de voltar a “respirar” na Série B e ficou no empate em 0 a 0 com o Botafogo, na noite desta quarta-feira. Com o resultado, o Rubro-Negro chega a 12 jogos na zona de rebaixamento e vê a distância para o primeiro clube fora do Z4 aumentar para três pontos.
Após a partida, o técnico Wagner Lopes, que vem tentando rodar o elenco em busca de um time ideal, lamentou que alguns atletas não aproveitaram a oportunidade.
“Acho que Renan vinha jogando, está com ritmo; Roberto também. Só que o time deles tem uma circulação de bola muito rápida, com muita qualidade. A gente não estava conseguindo encaixar a marcação, porque a gente estava muito para trás. Na hora em que fazia o balanço das linhas, a gente demorava para fechar as diagonais e não conseguia atacar a bola quando ela vinha para o território do Jonathan, quando saía do Kanu para o Jonathan. No intervalo, a gente arrumou isso, adiantando um pouco mais e trocando como primeiro volante. Reposicionamos o Rend, adiantamos um pouco o João Pedro, que balançava mais rápido e deixava o Roberto sair. Aí encaixava melhor, não deixava eles jogarem usando a beirada. Óbvio que a gente, com a expulsão do Samuel, ficou muito ruim. Acho que o árbitro errou em muitos lances, inclusive na expulsão dele. É duro, porque você está dando oportunidade, e os jogadores não estão aproveitando. Na hora do nervoso, tem que acalmar, rever os lances, para não tomar decisões precipitadas”, disse.
Há mais de um mês no comando do Vitória, o treinador fez uma breve análise do seu trabalho e afirmou que está tentando fazer o melhor, mesmo em meio aos problemas internos.
“É muito difícil falar do seu trabalho. Mas tenho uma autoavaliação muito rígida. Então, todos os dias, eu faço uma reflexão, se eu estou fazendo o melhor que eu posso. Dentro das condições de trabalho que temos, tenho buscado fazer o melhor com o que tenho. Então hoje quero ser melhor do que fui ontem. Mas amanhã quero ser melhor do que sou hoje. Todos os dias eu me desafio, busco as melhores soluções para ajudar o Vitória. Claro que as nossas dificuldades são muito maiores do que qualquer pessoa de fora imagina. Não vou aqui expor o que é problema interno. Mas temos dificuldades técnicas, emocionais, táticas… E a gente está tentando, no dia a dia, solucionar esses problemas para que o jogador tenha tranquilidade e não perca as oportunidades que a gente está criando. É trabalhar, ter um mental forte. Isso eu tenho muito. E acredito muito no nosso trabalho”.
Por fim, o técnico comentou sobre a escolha por Roberto e Renan.
“Sei da qualidade do Botafogo e sabia que ia ser difícil, na circulação de bola, ajustar essa marcação com jogadores que são atacantes ali, os extremos. Então esse encaixe com Roberto e Renan foi para ter dobra de marcação, para não deixar o time no um contra um. Porque a gente sabe que o time deles tem muita movimentação e ia criar situações de perigo de gol. a intenção é ter dobra, fechar os espaços. E, ao mesmo tempo, ter o entrosamento, ultrapassagem, para cruzar essa bola na área, como aconteceu no segundo tempo. O Renan, ali com o Roberto, fez um bom trabalho, tanto na parte defensiva quanto nas transições, para atacar. Cruzaram bolas boas. O Manoel não conseguiu fazer o gol por infelicidade, porque cabeceou, a bola passou muito perto, e teve mais umas duas bolas atravessadas, que a gente precisa atacar melhor essa bola. Mas gostei do que o Renan produziu, do que o Roberto produziu”.
Os comandados de Wagner Lopes retornam a campo no próximo sábado, contra o Goiás, às 16h, no Estádio da Serrinha.
Fonte:Galáticos / Foto: Pietro Carpi/ECV