Atividade remota será presidida pela vereadora Marta Rodrigues nesta quarta-feira (20), às 10h
A Câmara Municipal de Salvador vai realizar, nesta quarta-feira (20), às 10h, a sessão especial “Fogo da Reparação: Caminhos para fortalecer a memória, reconhecer a verdade e a história da população afro-brasileira e indígena”.
Solicitada pela Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia Makota Valdina, presidida pela vereadora Marta Rodrigues (PT), a sessão acontecerá pela plataforma Zoom, com transmissão ao vivo pela TV CAM – no canal aberto 12.3 -, no portal da Câmara (www.cms.ba.gov.br), no Facebook/@tveradiocam e pela Rádio Câmara (105,3 FM).
Como explica Marta, com foco no debate que veio à tona nos últimos tempos, sobre a narrativa que marca os espaços públicos do país com homenagens a figuras públicas que nada mais eram do que escravocratas, genocidas ou opressores, a sessão especial vai discutir também a relação do Estado com as políticas públicas que repensem a valorização da cultura e da memória da população afro-brasileira e indígena que foi silenciada e apagada com o processo de construção social, escravagista, econômico e colonizador do país. Os vereadores Sílvio Humberto (PSB) e Suíca (PT) também participarão da sessão.
Foram convidados representantes de movimentos sociais, da população afro-brasileira e indígena, e estudiosos que, dentre outras coisas, falarão sobre a urgência em resgatar a história, valorizando a diversidade e a memória, e fortalecendo-a como patrimônio cultural, e garantir os pilares da justiça de transição que são “justiça, memória, verdade e reparação”, como diz Marta.
“Salvador, primeira capital e cidade mais negra do país, que viveu processos escravagista, genocida, catequizador e opressor não pode ficar de fora desse debate. Não podemos enaltecer a continuidade desses processos através de narrativas e homenagens. Ao colocar nesses espaços e criar políticas públicas para enaltecer aqueles que representam a história de luta, resistência, sobrevivência, democracia e liberdade, a gente leva a memória para o futuro e conta a história da maioria da população brasileira, que é negra, pobre, indígena e que foi oprimida ao longo de séculos”, diz Marta Rodrigues, autora de projetos de lei na Câmara de Salvador que pedem a retirada de monumentos e homenagens a escravocratas nos espaços públicos da capital e criação do Memorial da Escravidão.
Convidados
O debate vai contar com a participação da jornalista e doutora em Antropologia, Cleidiana Ramos, professora visitante na Uneb-Campus XIV, Conceição do Coité; do Cacique Juvenal Payaya, do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da CBahia (Mupoiba); do presidente da Comissão Estadual da Verdade Sobre a Escravidão Negra no Brasil, Alexandre Hermes; da professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História, diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, Maria Hilda Paraíso; da artista visual e pesquisadora Thaynara Itaparica; do professor Jucelho Dantas da Cruz, representante do povo cigano.
Participarão ainda Walmir França, assessor da Coordenação de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado; Alice Fabris, doutora em Direito pela ENS Paris-Saclay/Institut des Sciences Sociales du Politique e representantes da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).