Por Ricardo Barbosa*
Está aí uma questão que não deveria ser política e sim uma questão da ciência.
Vamos aos fatos:
A Europa está há 45 dias na nossa frente em relação a pandemia, desta forma temos como prever o que pode acontecer no futuro próximo. Porém, a vacinação no velho continente não foi bem aceita por parte da população. Enquanto aqui em Salvador já temos praticamente 70% da população vacinada e o público de risco já vem tomando a terceira dose.
Na questão política, o governo federal não vai emitir opinião, já que em fevereiro de 2020 decretou estado de emergência. Prefeitos e governadores fizeram o carnaval sem levar em conta a determinação do governo federal. Para ratificar essa posição, o STF em abril determinou que estados e municípios possuem autonomia para tomar as decisões de combate a pandemia. Todos sabem o que aconteceu, o vírus chegou no carnaval, prefeitos e governadores fecharam tudo e ainda disseram, a economia veremos depois. Diante disso, o governo federal vai ficar de camarote vendo as decisões de prefeitos e governadores. Será uma hipocrisia sem precedentes.
Aqui em Salvador o governador perde espaço político por conta do avanço do PSD e PP… Já nem sabe se será candidato a deputado federal. Está apelando para o lado emocional e ameaçando a todos. Quer aparentar estar preocupado com a saúde das pessoas, porém, todos nós sabemos que nestes 16 anos, nunca tivemos saúde de verdade na Bahia, tanto que foi criado o departamento do “Deus”, a regulação. Pela falta de vagas em UTIs a regulação passou a determinar quem vive ou quem morre.
Por outro lado, o ex-prefeito progressista que veio da elite política baiana, quer fazer a política do pão e circo, para chegar ao governo do estado, só precisa combinar com o PSD e PP… Kkkkkkk
E o carnaval, onde entra nisso tudo? Estamos aguardando a ciência.
Vamos ter carnaval no centro de convenções indoor, tudo que o Axé sempre quis… Arena Fonte Nova terá o Carnavalito, camarotes serão montados com toda a estrutura interna para atender os seus clientes. E o povão? Pela primeira vez na minha vida vou ter de concordar com o Kannário.
Cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Brasília se não tiver carnaval não altera nada na economia deles, mas Salvador… Temos a necessidade histórica, cultural e econômica.
Temos mais de 2 milhões de habitantes, idosos, crianças, desempregados, pessoas que nunca trabalharam na vida, que estão no mercado informal. Aqui em Salvador não tem emprego na indústria para suportar este público, a nossa matriz econômica é o serviço, principalmente na indústria do turismo. Esta população do mercado informal necessita de renda para sobreviver nós próximos três meses, pós carnaval.
No meu entendimento, prefeitura e estado deveriam pagar uma bolsa para esta população caso não tenhamos o carnaval ou libera o Carnaval em 2022.
A única coisa que tenho certeza disso tudo é que se o Bolsonaro liberar o carnaval , o STF vai proibir, mas se ele proibir, o STF vai liberar. Alguém tem alguma dúvida disso?
*Sergio Ricardo Barbosa Miranda é representante comercial autônomo em Salvador.
