CBM alerta para riscos de incêndios causados pela sobrecarga elétrica

Instalações  inadequadas, sobrecarga por excesso de eletrodomésticos na mesma ligação são erros comuns que devem ser evitados

Muitos aparelhos em uma instalação elétrica, tomadas sobrecarregadas com extensões e benjamins (adaptadores), utensílios elétricos automáticos ou carregadores de celular esquecidos nas tomadas após o uso. Essas situações representam riscos  e podem provocar curtos circuitos e incêndios. O alerta é do  Corpo de Bombeiros Militar da Bahia.

Quem nunca recorreu aos adaptadores de tomada, também conhecidos como Ts, para compartilhar a energia de uma fonte? O subtenente BM Rodrigo Costa Almeida do  4º Grupamento de Bombeiros Militares (Itabuna) explica que os projetos elétricos de uma construção são desenvolvidos visando a utilização da rede e, muitas vezes, a população não percebe o risco que corre ao exceder os limites  da instalação. Ele atua na fiscalização e concessão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento que atesta a  segurança  de um imóvel.

“A princípio, toda tomada é feita para um único aparelho elétrico. A população acaba utilizando benjamins e extensores para possibilitar o uso de mais de um equipamento ao mesmo tempo. Isso provoca sobrecargas e pode gerar curto circuito”, explicou o profissional.

Outro hábito perigoso adotado pelos proprietários é o abandono dos carregadores de aparelhos celulares fixados às tomadas após a utilização. “Hoje é difícil encontrar alguém que não tenha um aparelho celular e como eles estão cada vez mais modernos, a necessidade de carregamento está cada vez mais frequente. Antigamente, as baterias duravam dias, hoje duram horas e, por comodidade, muitas pessoas deixam o carregador conectado à tomada e tiram apenas o celular depois do processo. Essa prática é contra indicada, pois já ficou comprovado que, quando conectado, o utensílio continua passando energia”, explicou.

Entre os riscos listados pela prática diária aparecem o  de choque elétrico, principalmente entre crianças pequenas que podem brincar com a ponta do cabo, o superaquecimento, o contato com superfícies de fácil inflamabilidade, gerando um princípio de incêndio. “Tudo isso é não recomendado, pois são riscos para áreas comerciais e residenciais. Colocou o carregador na tomada, o aparelho carregou, retire-o e guarde-o em local adequado”, explicou o especialista.

Diz ainda que cerca de 90% dos incêndios são gerados por redes elétricas utilizadas de forma errada. “Imóveis antigos têm fiação dimensionada para suportar dois ou três aparelhos domésticos no máximo. Hoje, com o avanço da tecnologia, nós usamos de 10 a 15 aparelhos dentro da casa, como geladeira, freezer, air fryer, microondas, chuveiro elétrico. Isso pode causar  superaquecimento da fiação elétrica e ampliar o risco de incêndio”, alertou.

Também aponta como outra ameaça  as ligações clandestinas de energia, conhecidas como gatos. “Elas são feitas por pessoas despreparadas que podem fazer junções equivocadas e danificar aparelhos, colocando em perigos os moradores”, frisou. O bombeiro lembra que o furto de energia elétrica é crime e o proprietário ou comerciante pode ser preso e multado.

AVCB

O analista de projetos do Setor de Atividades Técnicas da unidade do 4º GBM lembra ainda sobre a necessidade de edificações, construções e comércios solicitarem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. A emissão do documento garante que o local está dentro das normas contra incêndio e pânico e que não há risco, após análise de um profissional do CBMBA. O AVCB é um documento revalidado e o prazo é indicado pelos profissionais, no ato de cada emissão.

“A lei estabelece que todas as edificações, exceto as uni familiares de até três pavimentos, tenham o AVCB. Isso significa que prédios residenciais, comerciais e estabelecimentos devem passar pela avaliação”, explicou Rodrigo.

Confira no site do cbm.ba.gov.br a lista completa de especificações analisadas para a emissão do AVCB. A orientação é sempre fazer a revisão elétrica de acordo com os aparelhos que utiliza e, sempre, manter em dia o certificado.

IMAGEM: VITOR BARRETO