Presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos em Salvador, o vereador Claudio Tinoco (Democratas), criticou nesta segunda-feira (10) a decisão repentina do governador Rui Costa de reduzir o número máximo de público em eventos no estado da Bahia.
O vereador, que é ex-secretário de Cultura e Turismo de Salvador, afirmou que “falta planejamento” às ações tomadas pelo governo do estado relacionadas ao setor de eventos. “Tem apenas 40 dias que o governador Rui Costa anunciou o aumento da capacidade máxima de eventos para 5 mil pessoas. Hoje, ele reduz para 3 mil. Será que não havia um cálculo de previsão que após as festas o número de casos poderia aumentar?!”, questionou Tinoco.
“Rui Costa me parece perdido na pandemia. Há pouco mais de um mês o governo estava promovendo a Bahia em um evento turístico na Argentina. Se sabia que haveriam festas privadas de Réveillon, que estamos na alta estação e que todo o litoral e cidades turísticas do interior estariam lotados durante esta época. Parece que o governo não se preparou para isso. Há pouco tempo falamos da falta de lógica em estádios. Ele chegou a autorizar até dezembro até 35 mil pessoas na Arena Fonte Nova e hoje disse que agora, será também o limite de 3 mil. Fora que até pouco tempo a Europa era referência negativa quando se falava de coronavírus, com casos aumentando, e agora é exemplo positivo quando ele diz que em sua estadia lá o próprio dono do restaurante exigia comprovante de vacinação aos clientes”, criticou Tinoco.
O vereador afirmou que a alta em casos poderia ter sido esperada pelo governo do estado, inclusive com ações tomadas na área da Saúde. “O estado não se preparou, por exemplo, para aumentar nível de leitos, tomar outras ações para aguardar esse aumento previsto. Há uma fragilidade no trato com o setor de eventos. Parece que o governador está sem rumo na pandemia. Falta planejamento e programação”
Tinoco destacou que a Bahia vive sua alta estação “após muito tempo sem movimentação no setor de turismo”. “É natural que neste momento, as pessoas estejam circulando pelos diversos destinos do nosso estado. Os hotéis em todo extenso litoral da Bahia estão com taxas de ocupação compatíveis com o período anterior à pandemia. E o que percebemos é que o governo do estado não se preparou para receber esse aumento do fluxo turístico e a retomada dos eventos em toda a Bahia”, disse Tinoco.
“Os bares e restaurantes são mais um exemplo de categoria que não foi chamada ao diálogo e recebe a exigência de cobrar o passaporte da vacina sem qualquer tipo de aviso prévio”, lembrou. Tinoco ainda criticou a falta de planejamento do governador e da falta de transparência com os setores e com a população.
“Como ficam os eventos que já tinham comercializado tickets para 5 mil pessoas? Já vimos muitos sendo adiados porque foram pegos de surpresa. Imagine o impacto financeiro que isso traz para as empresas, na programação das pessoas que já adquiriram ingressos e até pacotes de viagem, e a reverberação disso no corte de empregos?! Isso tem que ser dito e questionado. Como essas empresas fazem agora? É uma instabilidade muito grande que o governador traz a essas pessoas com a oscilação de suas decisões sem parâmetros prévios divulgados”, repreendeu Tinoco.