Americano 11 vezes campeão mundial completa 50 anos na semana que vem e comemora com título no Havaí, batendo Seth Moniz na final
No ano em que Seth Moniz nasceu em Honolulu, no Havaí, Kelly Slater conquistou o quinto dos 11 títulos mundiais que tem na carreira. Neste sábado, eles se encontraram pela primeira vez na decisão de uma etapa do circuito mundial de surfe. Moniz, aos 24 anos, e Slater prestes a completar 50 no próximo dia 11 de fevereiro. O jovem surfista havaiano que cresceu em meio às lendárias ondas gigantes locais contra o americano que já ganhou sete vezes em Pipeline, na costa norte da ilha.
A final entre uma promessa havaiana e uma lenda americana parecia tão idealizada que as ondas pareciam querer abraçar ambos tamanha a felicidade. Mas Kelly Slater já compete em Pipeline há 29 anos e sabe como escapar dos abraços. Foi assim que o americano conseguiu um tubo excelente de backdoor e ganhou a nota 9.00 que encaminhou o oitavo título dele em Pipeline. Depois, veio um 8.17. Era o necessário para chegar ao 56º título na elite do surfe.
Mais jovem e mais velho campeão da história, Slater não vencia uma etapa do tour desde 2016. Dois anos antes de Moniz estrear no WCT, a convite, justamente em uma etapa em Pipeline. O último dos 11 títulos do recordista veio em 2011, um ano antes do havaiano começar no circuito júnior. Um fã e um ídolo dividindo as ondas na decisão. Ambos vindo de vitórias sobre brasileiros nas semifinais. Slater venceu Miguel Pupo e Moniz, Caio Ibelli, em um sábado de mar grande e ótimas ondulações. Mas Moniz parecia cansado de tamanha conquista.
A primeira vez que Slater ganhou em Pipeline foi em 1992. Agora, prestes a completar 50, ele repete o feito alcançado há 30 anos. Para quem pensa em aposentadoria, é um incentivo imenso para continuar remando no caminho de novas conquistas. O que pode parar Slater? A carteira de vacinação!
Depois de duas etapas no Havaí, o Mundial de Surfe vai passar por Portugal, duas etapas na Austrália, Indonésia, El Salvador, Brasil, África do Sul e Taiti, além do Finals em Trestles, na Califórnia. Mas o calendário ainda pode sofrer alterações de acordo com o desenrolar da pandemia do novo coronavírus e das restrições aplicadas por cada país. A WSL, entidade que organiza o Mundial, vai seguir os protocolos das autoridades locais para cada etapa, e a exigência de vacinação contra Covid para entrar em alguns países pode tirar de algumas etapas Kelly Slater, como as da Austrália. Enfim, um adversário que ele vai ter que enfrentar se quiser continuar a bater recordes.
Miguel Pupo, punido, cai diante de Kelly Slater na semi
Miguel Pupo nunca tinha chegado a uma semifinal em Pipeline antes de 2022. E logo na primeira vez teve o americano Kelly Slater pela frente. Na bateria entre eles, mais de dez minutos sem nenhum dos surfistas pegar uma onda sequer. Quando, de repente, ambos tentam a mesmíssima primeira onda. O americano vai para a direita (backdoor) e o brasileiro, para a esquerda (Pipe). Slater fica em pé primeiro e é atrapalhado por Pupo, segundo os juízes, o que é considerado uma interferência.
Como penalidade, o brasileiro perde metade da segunda melhor nota que conseguir. E, a partir desse momento, Slater começa a dropar e logo consegue uma ótima onda com um dos tradicionais tubos de Pipeline. Esse 8.33 de Slater pressiona o brasileiro, que a apenas 5 minutos do fim alcança um 6.33. Faltando 30 segundos para a bateria acabar, Pupo ainda consegue mais um tubo, mas não o suficiente para superar o 11 vezes campeão mundial. Mas, se não fosse a punição, o brasileiro acabaria com notas maiores do que o rival americano.
Caio Ibelli perde semi para Seth Moniz
A segunda bateria semifinal começou mais quente que a anterior. E Seth Moniz já conseguiu um 5.67 para abrir os trabalhos. Caio Ibelli respondeu com tubos menores e ficou com notas baixas (4.83 e 1.50). Então, o havaiano ficou muito tempo dentro de uma onda e abraçou mais uma bela nota: 7.83. Ficou muito difícil para a virada, o brasileiro esperou a melhor onda, se arriscou em algumas grandes mas não perfeitas. No entanto, o surfista local se garantiu na final contra Kelly Slater.
Baterias das semifinais
- Kelly Slater (EUA) 9.76 X 8.58 Miguel Pupo (BRA)
- Seth Moniz (HAV) 13.50 x 6.33 Caio Ibelli (BRA)
Bateria final
Kelly Slater (EUA) 17.17 x 4.63 Seth Moniz (HAV)
Fonte:GE / Foto:World Surf League