SÃO PAULO — O senador Jaques Wagner (PT) discute a hipótese de desistir da candidatura ao governo da Bahia nas eleições deste ano. Ele, o governador Rui Costa e o senador Otto Alencar (PSD-BA) se reuniram na tarde desta terça-feira com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo.
A possível desistência tem relação com a decisão de Costa de concorrer ao Senado. Se o PT indicasse os candidatos ao Senado e ao governo, poderia implodir a aliança com o PSD no estado que vigora desde 2011.
Para manter a parceria, a ideia é que Otto, cujo mandato de senador termina agora, concorra a governador. O apoio também sinalizaria no plano nacional um aceno do PT ao PSD. Os petistas sonham em atrair o partido presidido por Gilberto Kassab para a aliança em torno de Lula.
Na saída da reunião com Lula, Wagner negou que vá desistir de concorrer ao governo:
— Serei candidato — afirmou a jornalistas.
Wagner disse que Otto e o atual vice-governador, João Leão (PP), querem concorrer ao Senado e ainda está sendo estudado como será definida a chapa.
Otto é um dos principais aliados de Lula dentro do PSD. Na semana passada, Kassab afirmou que não poderia descartar um apoio ao petista ainda no primeiro turno porque lideranças, como o senador baiano, defendem esse caminho. Otto foi ainda um dos poucos políticos de partidos de centro a se colocar contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Wagner ainda tem quatro anos de mandato como senador. Se não for candidato, ele pode integrar a coordenação da campanha presidencial de Lula e ter um posto de destaque no eventual governo do petista.
O PT governa a Bahia há 16 anos. Foram dois mandatos de Wagner e dois de Costa. O principal adversário do partido na eleição baiana deste ano seria o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). As pesquisas o colocam como favorito.
Otto Alencar foi aliado de Antonio Carlos Magalhães, o avô de ACM Neto, e só se afastou do carlismo quando ocupou o posto de vice no segundo mandato de Jaques Wagner como governador (2011-2014).