Ex-secretário da Saúde da Bahia é a favor de criação do piso: “não se pode segurar os gastos crescentes da Saúde às custas de uma categoria profissional”
Fábio Vilas-Boas comemorou mais um passo dado rumo à aprovação do Projeto de Lei que criará um piso salarial para os profissionais de Enfermagem. Na última quarta-feira, o grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que estuda o impacto financeiro da medida aprovou, por unanimidade, o relatório do deputado Alexandre Padilha (PT-SP), favorável à criação da lei.
Ex-secretário da Saúde da Bahia e pré-candidato a deputado federal, Fábio Vilas-Boas já se colocou a favor do piso salarial para a Enfermagem: “Não é justo que os empresários, entidades filantrópicas e o próprio poder público queiram segurar os crescentes custos da saúde prejudicando e explorando uma categoria profissional tão importante”, disse.
“É fundamental que a cadeia de saúde se adapte e absorva esse realinhamento salarial. É justamente o que essa cadeia faz quando vêm os constantes aumentos de medicamentos, materiais, órteses e próteses. Precisamos valorizar os profissionais de enfermagem. São pais e mães de família que se qualificaram tecnicamente durante anos e que, para muitos de nós, serão os últimos a segurarem as nossas mãos nesse mundo”, completou Vilas-Boas.
O Projeto de Lei 2564/20 já passou por aprovação no Senado e dependia da aprovação na comissão de impacto financeiro para ser levado ao Plenário da Câmara. O projeto cria o piso salarial mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares.
Segundo o relator Alexandre Padilha, a aprovação da lei geraria um impacto de R$ 16,31 bilhões na folha de pagamento de entidades privadas, filantrópicas e públicas de saúde. Isso representa um acréscimo de apenas 2,02% na massa salarial anual dos contratantes. Ele destaca ainda que, no setor privado, o aumento de despesa corresponde a 4,8% do faturamento dos planos e seguros de saúde em 2020.
