Empresa canadense quer dobrar projeto de potássio na Amazônia

Potash Brazil planeja explorar o insumo em Autazes, em local próximo de terras indígenas

Uma empresa canadense propôs dobrar a produção planejada de potássio de um depósito na Amazônia brasileira para reduzir a dependência do país das importações de fertilizantes afetadas agora pela guerra na Ucrânia. A Brazil Potash disse na terça-feira (15/3) que seus executivos se reuniram com a ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina, em Ottawa, e discutiram elevar a capacidade planejada de 2,44 milhões de toneladas para mais de 5 milhões de toneladas por ano, no projeto em Autazes (AM).

Isso poderia cobrir quase metade da necessidade brasileira de potássio, um fertilizante essencial. No entanto, a empresa disse que levaria pelo menos três anos para entrar em operação assim que o licenciamento fosse obtido. O proprietário do Brazil Potash, o banco de investimentos Forbes & Manhattan, cujo presidente do conselho Stan Bharti se reuniu com a ministra brasileira no domingo, vem tentando desenvolver o depósito de Autazes há mais de cinco anos, mas o projeto foi interrompido por preocupações ambientais.

Os promotores recomendaram em 2016 a suspensão da licença para desenvolver Autazes porque a tribo indígena Mura não havia sido consultada, em violação à Constituição do Brasil.

O Brasil depende de importações para 95% de seu potássio e é um grande comprador dos principais fornecedores Canadá, Rússia e Belarus. No ano passado, o Brasil importou cerca de 10 milhões de toneladas. Cerca de 30% do fornecimento global de potássio foi retirado do mercado devido à incapacidade dos produtores russos e de Belarus de exportar. “Nossa opinião é que as sanções impostas à Rússia e à Belarus não terão vida curta”, disse a Brazil Potash em comunicado enviado à Reuters.