Por que os preços do algodão estão em alta e são puxados pelo petróleo

Pluma acumula valorização superior a 5% na Bolsa de Nova York no último mês e segue na esteira do petróleo, que tem influência da guerra entre Rússia e Ucránia

O preço do algodão está em disparada no mercado brasileiro e no exterior, acompanhando outras commodities agrícolas. A guerra entre Rússia e Ucrânia é o principal motivo, apesar dos dois países náo serem grandes produtores ou exportadores da fibra. O conflito armado no leste europeu, que já dura mais de um mês, elevou os preços do petróleo, que é a principal matéria-prima para fibras sintéticas, concorrentes do algodão.

Quando o preço do petróleo vinha em baixa, antes do estouro da guerra, a demanda por fibras sintéticas estava maior. Mas a alta na cotação internacional do barril do óleo bruto pressiona os custos destas fibras, levando a uma procura maior pela fibra natural, puxando as cotações do algodão, que, subindo na Bolsa de Nova York, principal referência de formação do preço da commodity, acaba por incluenciar as cotações internas.

E, em meio à incerteza sobre o futuro dos preços do petróleo, analistas de mercado avaliam que há espaço para a cotação do algodão continuar subindo. Em Nova York, só no último mês, a alta foi de 5%. No Brasil, o mercado continua com preços firmes. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), os compradores estão buscando fibra de qualidade, mas quem tem algodão para vender está em compasso de espera, acreditando em valores ainda melhores.

A safra brasileira está em desenvolvimento nas lavouras do Brasil. E a previsão mais recente, divulgada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) nesta semana, indica uma colheita maior que o esperado. O país deve colher 2,820 milhões de toneladas. Se essa produção for confirmada, será 19% maior que na safra passada.

Fonte:Revista Globo Rural /  Foto:Reprodução