Dirigentes de defesa agropecuária definem estratégias de combate à peste suína

Representantes da defesa agropecuária de todo o país se reuniram na manhã desta quinta-feira (31) na sede da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), em Ondina. O encontro teve como objetivo definir estratégias de combate à Peste Suína Clássica (PSC).

“Hoje é um evento muito importante para todo o Brasil. Nós vamos reunir aqui na sede da Adab os 27 dirigentes de Defesa Agropecuária do país, além do Ministério da Agricultura. Vamos dar o passo inicial para de uma vez por todas tornar todo o país livre da Peste Suína Clássica. Bahia e Sergipe são zonas livres e funcionam hoje como zona tampão. Depois do surgimento dos casos no Ceara, Piaui e Alagoas, intensificamos às ações em nossas divisas. Esse é um problema nacional. Se o vírus entrar, por acaso, em nosso estado atinge atinge as exportações de todo o país”, salientou o diretor-geral da ADAB, Maurício Bacelar.

O presidente do Instituto Mineiro de Agropecuária, Thales Fernandes, destacou a importância do encontro: ” Aqui é o momento de unirmos forças para que essa doença não chegue na zona livre. Isso prejudicaria todo o comércio de suíno e toda a cadeia produtiva de proteína animal. Temos que mobilizar o setor produtivo, o setor publico e a defesa agropecuária de todo o país para que possamos traçar estratégia para erradicar esses focos e conter essa doença”.

“Cada estado tem as barreiras nas divisas, mas isso não é o suficiente. É preciso conscientizar o setor produtivo porque a gente sabe que existem rotas de fuga onde os caminhões podem passar. Os suínos criados livremente também podem dificultar o controle desses animais. Então nós vamos aqui montar uma estratégia para envolver todo o setor no combate a essa doença”, explicou Fernandes.


A doença
O estado de Santa Catarina, maior produtor de carne suína do país, está em alerta para impedir a entrada do vírus da Peste Suína Clássica (PSC). A doença, de notificação obrigatória no Brasil, acomete somente suínos, não sendo transmitida ao ser humano ou outras espécies. A PSC teve dois novos focos confirmados neste mês, agora em Alagoas, o que pode colocar em risco a agroindústria de Santa Catarina, responsável por 57,7% das exportações brasileiras de carne suína, segundo a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).

A Contaminação
A contaminação de um suíno pela PSC se dá por ingestão de alimento ou água contaminada, incluindo inalação de gotículas contaminadas de outros suínos próximos, e até mesmo por inseminação artificial. “A doença tem um período de incubação que varia de quatro a dez dias e tem sintomas semelhantes a outras enfermidades, como febre acima de 40,5ºC, tendência de os suínos ficarem amontoados, apatia, conjuntivite, falta de apetite, cianose nas extremidades e hemorragia na pele. Por isso é fundamental chamar um médico veterinário para se fazer a confirmação do vírus em laboratório”, recomenda o pesquisador da Embrapa.