Cia Biruta vai lançar podcast sobre o diálogo entre o teatro e as práticas populares do Sertão de Pernambuco neste domingo

A Cia Biruta de Teatro (Petrolina/PE) vai lançar, neste domingo (17), o podcast ‘Cenas Ribeirinhas – diálogos entre a cena e as práticas populares de resistência do Sertão do São Francisco’. O projeto, que conta com incentivo do Governo de Pernambuco, através da Lei Aldir Blanc, é dividido em dois episódios e integra a programação de aniversário do grupo, que completa 14 anos em maio. A transmissão em áudio e vídeo acontece às 19h, pelos canais do grupo no Youtube (@ciabiruta) e no Spotify.

Com mediação da jornalista Eneida Trindade, o podcast reúne a atriz e pesquisadora, Cristiane Crispim, o diretor, dramaturgo e também pesquisador, Antônio Veronaldo, ambos fundadores da Cia Biruta, e lideranças comunitárias da região do Sertão do São Francisco. No primeiro episódio, o grupo conversa com o articulador cultural Alfredo José da Cruz Neto, da comunidade de Coripós (Santa Maria da Boa Vista/PE). Já no segundo episódio, a convidada é a cordelista, professora e líder comunitária, Maria Senhora Gomes dos Santos Gonçalves, o Quilombo Mata de São José (Orocó/PE).

Em um bate-papo descontraído, os convidados contam um pouco da história das suas comunidades, das manifestações culturais que permeiam a identidade desses locais e da relação com a Cia Biruta, que vivenciou as práticas populares da região para a construção do experimento cênico ‘Cenas Ribeirinhas’. Pesquisa que marcou a trajetória do grupo teatral.

“’Cenas Ribeirinhas’ foi um projeto que começou a ser gestado em 2012, mas até hoje está presente em nossas vidas, seja nos palcos propriamente, ou nas referências que a experiência da pesquisa trouxe para o nosso trabalho e para a nossa existência como pessoas e como grupo. É um projeto que se baseia na vivência afetiva promovida pela nossa pesquisa teatral”, conta Antônio Veronaldo.

A pesquisa, segundo o grupo, proporcionou um olhar para manifestações populares do Sertão do São Francisco, como o Reisado e o Capim Lelê, que impactaram na sua produção. “Essa vivência possibilitou tanto a elaboração de materiais para a criação artística, quanto caminhos para procedimentos pedagógicos carregados de significados, que emergem do movimento de distanciamento e aproximação da nossa cultura. Além disso, ainda tornou possível o registro de falas de dentro das práticas de resistência culturais populares, para elaboração de suas autonarrativas. Isso vem contribuindo para que mais gente conheça suas histórias, simbologias e as cosmovisões em torno de suas manifestações culturais de origem afro-indígenas”, avalia Cristiane Crispim, que também assina a coordenação e produção do projeto.

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