BRASÍLIA – O União Brasil formalizou nesta quinta-feira a indicação do deputado federal Luciano Bivar (PE) como pré-candidato a presidente da República pelo partido. A decisão retira o ex-ministro Sergio Moro, recém-filiado à legenda, da disputa pelo Palácio do Planalto.
Moro agora dependeria da desistência de Bivar e da formação de um consenso na sigla em torno de seu nome, o que não ocorreu até agora. Outro complicador para o ex-ministro, o União Brasil negocia com o PSDB e com o MDB, partidos que também têm presidenciáveis, uma candidatura única, a ser anunciada no dia 18 de maio.
Em nota divulgada após a reunião da Comissão Executiva Nacional, o União Brasil confirmou o nome de Bivar e informou que ele se afastará das negociações com as demais legendas. O vice-presidente da sigla, Antonio de Rueda e os líderes do partido na Câmara, deputado Elmar Nascimentoo (BA), e no Senado, Davi Alcolumbre (AP) assumiram a tarefa de dialogar com PSDB e MDB.
“Há alguns meses o União Brasil tem trabalhado incansavelmente na tentativa de construir uma candidatura que ofereça esperança de um futuro melhor para todos os brasileiros. A partir de agora, conforme combinado previamente, o União Brasil se reunirá com os demais partidos que compartilham os mesmos ideais e projetos em busca de um nome de consenso”, diz o trecho da nota assinada pela Comissão Executiva Nacional.
Na terça-feira, o líder do União Brasil na Câmara, o deputado Elmar Nascimento (BA), já havia anunciado que Bivar seria indicado. O movimento de lançá-lo pré-candidato ocorre menos de duas semanas após o partido filiar Moro, que era pré-candidato do Podemos à Presidência. No União Brasil, o ex-juiz ainda pode tentar concorrer o Senado ou disputar uma vaga na Câmara de Deputados por São Paulo
A decisão do partido de lançar Bivar foi uma estratégia para que a legenda negocie “em pé de igualdade” com PSDB e MDB, que já têm nomes colocados na corrida pelo Palácio do Planalto: o ex-governador de São Paulo João Doria e a senadora Simonte Tebet, de Mato Grosso do Sul, respectivamente.
O partido de Bivar, resultado da fusão de PSL e DEM, é o que tem a maior fatia do Fundo Eleitoral (R$ 770 milhões) e mais tempo de TV, o que o coloca em vantagem nas negociações.
Por O Globo / Foto:Reprodução