O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) classificou como “liberdade de expressão” os pedidos de fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e da volta da ditadura militar proferidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as manifestações de 1º de Maio. Na Avenida Paulista, em São Paulo, faixas pediam a demissão coletiva dos ministros do STF. A cena também se repetiu em Brasília e em outras cidades.
Isso aí é liberdade de expressão. Tem gente que quer isso, mas a imensa maioria do povo não quer. Então, pronto! Normal!”, disse o general a jornalistas ao chegar ao Palácio do Planalto nesta segunda-feira, 2. “Não houve convocação tão grande como em 7 de setembro, e a motivação era outra também.” Pedir intervenção militar, no entanto, é inconstitucional.
Bolsonaristas se reuniram neste domingo, 1º, em atos para se manifestarem contra o STF e em defesa do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques à democracia e por incitar violência física contra ministros da Corte. O parlamentar recebeu o perdão de Bolsonaro no último dia 21.
Em Brasília, Bolsonaro fez uma breve aparição na manifestação realizada na Esplanada dos Ministérios. Sem discursar, o presidente circulou entre apoiadores. Em live simultânea em sua rede social, ele afirmou que o ato era “Uma manifestação pacífica e em defesa da Constituição, da democracia e da liberdade.
Em São Paulo, a aparição de Bolsonaro foi por meio de vídeo transmitido em um telão instalado na Avenida Paulista. No discurso, ele retomou a ideia de que a manifestação era “pacífica” e em defesa “da liberdade”. O presidente também ressaltou a “lealdade” de seus apoiadores, voltou a dizer que “o bem sempre vence o mal” e que estará “sempre ao lado da população brasileira”.
Neste domingo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou como “anomalias graves” as manifestações como as que pedem intervenção militar e fechamento do STF, e defendeu que esse tipo de ato “não cabe em tempo algum”. Pacheco ainda afirmou que esses movimentos “pretenderem ofuscar a essência da data”, o Dia do Trabalhador.