Marta critica quarto aumento do gás de cozinha

Vereadora diz que preço é “uma crueldade com quem luta pra não passar fome”

A vereadora Marta Rodrigues (PT) disse que o quarto aumento do gás de cozinha na Bahia este ano, anunciado para acontecer na sexta-feira (1º), é mais uma das inúmeras consequências da política de preços da Petrobras, privatização da Refinaria Landulpho Alves de Mataripe e da falta de interesse do governo federal em combater a pobreza e a fome no país.

O botijão deve ficar entre R$ 137 e R$ 139 reais no estado com este reajuste. “É um aumento que conta no bolso do trabalhador que já vem sofrendo com a alta da inflação, dos preços dos alimentos básicos e da cesta básica. Afeta a todos e também em Salvador cuja maioria da população é pobre e já sofre com preços abusivos no transporte público, com a alta taxa de desempregados e trabalhadores informais”, disse Marta.  

Marta diz que, segundo divulgou o Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas), as distribuidoras pagarão mais caro cerca de R$ 4,90 pelo botijão. Já o repasse aos consumidores será entre R$ 5 e R$ 7. De acordo com a vereadora, a tentativa de privatização das estatais brasileiras pelo governo federal tem desestabilizado a política de preços e a economia brasileira.

Na Bahia, diz Marta, a situação se agravou com a privatização da Refinaria Landulpho Alves. “No interior, muitas pessoas retornaram com o fogão a lenha. Toda essa realidade é triste e perversa”, acrescentou.

Para a vereadora, o retorno do país ao Mapa da Fome e a falta de investimentos para o desenvolvimento social são também projetos do governo. Ela lembra, ainda, que o Brasil já foi a 5º maior economia do mundo e agora está em 12º lugar, ladeira abaixo no desenvolvimento social.

 “O governo federal e todos que o apoiam nunca estiveram preocupados com desenvolvimento social e o fim da pobreza. Este foi o quarto ano consecutivo com salário mínimo sem ganho real, mesmo com o país vivendo esta situação caótica nas questões sociais”, diz, acrescentando que o ganho real, de abril de 2003 a janeiro de 2016, foi de 59,21%.

Dados

Marta Rodrigues comenta que, apesar de a Acelen, empresa que administra a Refinaria Mataripe, não ter anunciado esse novo aumento, o Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas) confirmou que foi comunicado sobre o reajuste pela empresa. O primeiro reajuste deste ano aconteceu no dia 3 de fevereiro, quando o valor do produto chegou a R$ 120, de acordo com o sindicato. Em 2020, um botijão custava em média, R$ 68 no estado. Em 2021, o valor chegou a R$ 105, em Salvador.