Empresários defendem mobilização contra ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas

Nomes do empresariado que têm apontado riscos nas reiteradas falas de Bolsonaro contra as urnas avaliam que as manifestações em defesa da democracia podem ajudar a conter a tensão e segurar a escalada do presidente.

“É mais do que fundamental a mobilização da sociedade. E empresários, infelizmente divididos no voto, serão suicidas ou mal intencionados se não apoiarem sonoramente agora a democracia e o Estado de Direito”, afirma Horácio Lafer Piva.

Rosangela Lyra, também signatária do manifesto em defesa da democracia que está sendo organizado pela Faculdade de Direito da USP e por entidades e representantes da sociedade civil, diz que a eleição deste ano tem contornos diferentes.

“As pessoas estão tratando como se fosse mais uma eleição. Essa não é uma eleição. É a democracia versus a implantação de um regime autoritário no Brasil. O Putin da América Latina. Ou a população brasileira escolhe a democracia, a liberdade e a vida no primeiro turno ou haverá golpe gerando mais instabilidade sócio-econômica-política, onde todos perdem”, afirma Lyra.

Para o investidor Lawrence Pih, Bolsonaro pratica uma liderança populista e autoritária.

“Ao convidar embaixadores para atacar o nosso sistema de votação, que é considerado uma referência mundial em eficiência e confiabilidade, Bolsonaro faz papel de ridículo e envergonha o país. Bolsonaro está convicto que perderá as eleições e prepara golpe de estado”, afirma Pih.

Neste domingo (24), no evento que oficializou sua candidatura, o presidente convocou seus apoiadores a irem às ruas no 7 de Setembro. No ano passado, Bolsonaro usou o palco do feriado para fazer declarações golpistas e atacar a corte. Depois, divulgou uma nota de recuo e disse que foi “calor do momento”.

Joana Cunha/Folhapress