Reconstrução da mama após mastectomia ainda é baixa no Brasil

Apesar de ser um direito da mulher mastectomizada garantido por lei e de apresentar técnicas inovadoras,

a reconstrução mamária é baixa no Brasil, e a razão pode ser a desinformação

Embora seja amplamente divulgado que o diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta as chances de cura e permite tratamentos menos agressivos, dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) informam que cerca de 50% das mulheres diagnosticadas com tumores mamários são submetidas à mastectomia – retirada cirúrgica de toda a mama – devido ao estágio avançado da doença. Nesses casos, o procedimento cirúrgico é o tratamento mais indicado, mas a remoção do seio pode trazer sequelas psicológicas, sociais, sexuais e um impacto negativo na auto-imagem corporal da mulher.

Neste sentido, a cirurgia reparadora de reconstrução mamária tem um papel fundamental, ajudando a melhorar a autoestima e o estado emocional das pacientes. Porém, um levantamento realizado por pesquisadores da Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia, em parceria com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), aponta para um baixo número de reconstruções mamárias no país.

A pesquisa revela que, na última década, mais de 110 mil mulheres brasileiras foram submetidas à mastectomia pelo SUS em todo o Brasil. Paralelamente, nesse mesmo período, apenas, aproximadamente, 25 mil delas foram submetidas à reconstrução mamária. O estudo aponta que houve um crescimento em número absoluto de cirurgias até 2014 e, a partir daí, uma discreta redução até 2017. E se a queda já vem se mantendo nos últimos anos, em 2020, o impacto foi ainda maior por conta da pandemia.

O câncer de mama é a segunda neoplasia maligna mais comum em mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são estimados, em 2022, 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil, sendo 3.460 na Bahia. Motivo pelo qual foi criada a Lei 9.797/99, que garante às mulheres que sofrem retirada total ou parcial de mama, o direito à cirurgia plástica reconstrutiva no Sistema Único de Saúde (SUS). Já a Lei 10.223/01 garante o pagamento de cirurgia plástica reparadora pelos planos privados de saúde. Estima-se, porém, segundo o coordenador do serviço de mastologia do Hospital Mater Dei Salvador, Leonardo Dias, que 90% das pacientes do SUS e 50% das usuárias de plano de saúde desconhecem esse direito.

“Muitas pacientes não fazem reconstrução porque elas não sabem que possuem esse direito. O número de reconstruções pelo SUS é baixo, apesar da lei brasileira garantir o direito à reconstrução, inclusive a cirurgia imediata, que pode ser realizada logo após a realização da mastectomia. Os números na rede particular, por sua vez, não refletem a realidade da população e também poderiam ser maiores. Por outro lado, ainda está em andamento uma mudança de mentalidade do profissional médico no sentido de incentivar a reconstrução” afirma o especialista.

Nova técnica de reconstrução – À revelia da demanda ainda considerada tímida, as técnicas cirúrgicas para reconstrução da mama vêm evoluindo e melhorando a cada dia. Os principais métodos utilizados são o implante de silicone, o uso de retalho tecidual e o enxerto de gordura. Frequentemente estes procedimentos são combinados para obter um melhor resultado. O objetivo é produzir uma mama completamente nova, o mais próximo possível de um seio natural.

De acordo com o médico Leonardo Dias, a utilização do implante de silicone é a técnica mais utilizada e também a mais simples. A principal vantagem desta cirurgia é garantir a reposição do volume mamário. Entretanto, a reconstrução de mama imediata com implante de silicone não é possível quando há retirada grande de tecido mamário na mastectomia. Neste caso, é necessário uso de um expansor (balão de silicone vazio), que é preenchido através de uma válvula interna, dilatando a pele para inserção de uma futura prótese de silicone.

Existem técnicas que permitem a reposição tanto do volume da mama quanto da pele retirada durante a mastectomia. O melhor exemplo é o retalho DIEP, sigla em inglês para Deep Inferior Epigastric Perforator Flap ou, em português, Retalho Perfurante da Artéria Epigástrica Inferior, que é considerada por muitos como a técnica de reconstrução mamária mais moderna que existe atualmente. Através do uso de instrumentos de precisão, lupas e microscópio, o cirurgião realiza a transferência do tecido (gordura e pele) da região do abdômen para a área da mama. É um procedimento que possui um alto grau de satisfação das pacientes, pois permite um resultado mais natural, simétrico e estável a longo prazo.

De acordo com o mastologista, uma das principais vantagens da reconstrução mamária DIEP é que ela torna possível substituir a perda de um ou ambos os seios e evita a necessidade de próteses mamárias, trazendo um refinamento no resultado. “É uma técnica nova e ainda pouco utilizada no Brasil. O tecido da paciente é transplantado da região anterior do abdômen para a área da mastectomia, o que resulta num aspecto mais natural e permite uma melhor recuperação pós-operatória. Outra vantagem da técnica DIEP é o fato da paciente poder ser submetida à radioterapia, quando indicada,, com menos danos em relação aos casos de colocação de prótese de silicone”, Além disso, a técnica DIEP tem excelente indicação para pacientes que foram reconstruídas com implante e posteriormente submetidas a radioterapia. Estas pacientes quase sempre apresentam contraturas e assimetrias severas que prejudicam a satisfação das mesmas com o resultado final”, afirma Dias, que é pioneiro a aplicar a técnica DIEP em Salvador

Ele reforça que todas as técnicas são extremamente seguras e que a reconstrução dos seios é um passo substancial para um melhor retorno às atividades diárias da mulher mastectomizada, não apenas restaurando um órgão perdido, mas também ajudando a recuperar a feminilidade e a esquecer a difícil batalha que foi travada contra essa doença. “Entre as muitas motivações que podem levar à reconstrução das mamas, as principais são o desejo de melhorar a autoestima e de se sentir mais desejável e confortável com o próprio corpo”, afirma o coordenador do serviço de mastologia do Hospital Mater Dei Salvador, Leonardo Dias.

Vale lembrar que a cirurgia reparadora pode ser realizada no mesmo dia, após a remoção dos seios, ou posteriormente, ficando a critério da paciente. Segundo o mastologista, a reconstrução mamária imediata minimiza o efeito psicológico e social na vida da paciente, reduzindo o trauma da perda da mama.

Mater Dei – O Serviço de Mastologia do Hospital Mater Dei Salvador dispõe de corpo clínico altamente qualificado, que oferece assistência completa para cuidar da saúde da mama. A unidade conta com equipamentos de alta tecnologia para realização de exames, como mamografia, ultrassom de mamas e axilas, ressonância das mamas, biópsia de nódulo, dentre outros. O Hospital  oferece todos os procedimentos de reconstrução de mama, desde o implante de silicone à técnica DIEP, sendo realizados de forma individualizada, personalizada e humanizada.

 Sobre a Rede Mater Dei de Saúde

Somos uma rede de saúde completa, com 42 anos de vida, tendo o paciente no centro de tudo e ancorada em três princípios: inteligência e humanização como pilares do atendimento; tecnologia como apoio da excelência; e solidez das governanças clínica e corporativa. Nossos serviços médico-hospitalares estão disponíveis para toda a família, em todas as fases da vida, com qualidade assistencial e profissionais altamente capacitados e especializados. Estamos em expansão, levando para mais pessoas o Jeito Mater Dei de Cuidar e de Acolher. Nossa premissa é valorizar a vida dos nossos pacientes em cada atendimento, disponibilizando o melhor que a medicina pode oferecer.

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